Políticas ambientais reduzem desmatamento no Cerrado de Minas em 34%
Avanços na fiscalização contribuem para queda expressiva, apesar de pressão sobre o bioma continuar alta
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Minas Gerais registrou queda de 34% nos alertas de desmatamento no Cerrado entre agosto de 2024 e julho de 2025, segundo monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No país, o bioma teve redução média de 20,8%, mostrando avanços nas políticas ambientais, embora continue sendo o mais pressionado.
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O dado, divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em evento realizado em Brasília, mostra o impacto das políticas ambientais intensificadas pelo Governo Federal.
Apesar do avanço, o bioma segue sendo o mais pressionado do país, com 5.555 km² sob alerta no período. Ainda assim, especialistas destacam que a redução coloca o Cerrado entre os biomas que mais responderam positivamente às ações de fiscalização e preservação. Visto que a área de alerta era de 7.014 km².
Para autoridades ambientais, o dado indica avanços na fiscalização e no cumprimento das normas.
“Celebramos a queda do desmatamento no Cerrado, que é um esforço enorme. Vocês sabem que uma boa parte do desmatamento no Cerrado tem licença para desmatar, portanto, tem uma complexidade muito grande”, disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
Ações e resultados
O governo federal atribui a queda do desmatamento no Cerrado a um conjunto de medidas que incluem intensificação da fiscalização, uso de monitoramento por satélite e ampliação das operações conjuntas com estados e municípios.
Entre as ações, estão a sanção da Lei do Manejo Integrado do Fogo, o endurecimento das penalidades para incêndios criminosos e a liberação de recursos do Fundo Amazônia para apoiar brigadas e bombeiros também no Cerrado e no Pantanal.
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Além disso, também foram lançados planos específicos de prevenção e controle do desmatamento para todos os biomas, reativada a Sala de Situação Interministerial sobre Incêndios e abertos editais para financiar ações em municípios prioritários.
Situação em outros biomas
No Pantanal, a redução foi ainda mais acentuada: 72% de queda, sinalizando avanços consistentes na preservação. Já na Amazônia, houve um aumento de 4% nos alertas, interrompendo a trajetória de queda que vinha desde 2023.
O Maranhão apresentou uma redução similar a de Minas, de 34%.
Tocantins apresentou redução de 29%, Mato Grosso de 19% e Bahia de 7%. O Piauí foi o único estado a apresentar aumento, com alta de 33% nos alertas.
Olhar detalhado e desafios
O coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia e demais biomas do Inpe, Cláudio Almeida, reforçou que a redução no Cerrado é “significativa, especialmente porque esse bioma tem sido o mais pressionado nos últimos anos”.
Ele ponderou, porém, que o desafio permanece e que alguns estados, como Mato Grosso e Piauí, registraram aumento nas áreas sob alerta.
O diretor substituto de Ciências da Natureza do MCTI, Márcio Rojas, elogiou o trabalho do Inpe, classificando-o como “exemplar” por fornecer informações científicas confiáveis para orientar decisões e políticas públicas.