Moradores relatam tremores de terra em BH, Contagem, Betim e região
Móveis se moveram e barulhos fortes foram ouvidos em diferentes bairros; Estado contabilizou 91 tremores de terra neste ano
Na noite desta terça-feira (16) e madrugada de quarta-feira (17), moradores de Contagem, Belo Horizonte, Betim, Ribeirão das Neves e outras cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte sentiram tremores de terra. Segundo relatos nas redes sociais, camas e móveis se moveram, o chão tremeu e barulhos fortes foram ouvidos em diferentes bairros, incluindo Alípio de Melo em BH, Icaivera em Betim e Veneza e Vereda em Ribeirão das Neves.

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A Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), coordenada pelo Observatório Nacional, registrou dois abalos sísmicos com epicentro próximo a Contagem. O primeiro, às 22h12 de terça-feira, teve magnitude 2,9 na escala Richter, e o segundo, na madrugada de quarta, foi de 2,5 mR. Apesar da intensidade considerada pequena (abaixo do nível 4 na escala Richter), os tremores foram sentidos por moradores em várias cidades da região.
O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) também confirmou os registros, destacando que pequenos tremores são relativamente comuns em Minas Gerais, devido a pressões geológicas na crosta terrestre. O último tremor anterior ocorreu em Sete Lagoas, no dia 12 de setembro, com magnitude de 2,0 mR.
Defesa Civil monitora a situação
A Defesa Civil de Minas Gerais informou que está acompanhando a situação, mas até o momento não há registros de feridos ou danos estruturais nas residências. A Secretaria Municipal de Contagem reforçou que os moradores podem acionar o serviço pelo telefone 199 caso identifiquem avarias em imóveis.
Em Esmeraldas, o tremor também foi sentido em alguns bairros, mas não gerou acionamento da Defesa Civil. Especialistas reforçam que tremores de pequena magnitude, como os registrados, raramente causam prejuízos, mas podem ser percebidos com maior intensidade por moradores próximos ao epicentro.
Histórico de tremores de terra na região
Minas Gerais lidera o ranking de registros sísmicos no Brasil, embora a maior parte dos tremores seja de baixa magnitude. Abalos abaixo de 4 na escala Richter são considerados leves, enquanto microssismos, com magnitude inferior a 1, passam despercebidos sem equipamentos especializados de medição.
Entre janeiro e setembro de 2025, o estado contabilizou 91 tremores de terra, dos 218 registrados em todo o país, segundo dados da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR). Grande parte desses episódios ocorreu no Triângulo Mineiro, região historicamente mais vulnerável a abalos. Em 2024, foram 41 registros, incluindo um tremor de 4,0 mR — considerado forte para os padrões brasileiros — sendo 17 apenas no mês de junho. Até agosto de 2025, a cidade de Frutal já registrou oito ocorrências.
Na Região Central de Minas Gerais, um tremor de magnitude 2,0 mR atingiu Sete Lagoas, com epicentro no bairro Interlagos II, próximo a área de mata fechada na última quarta-feira (11). Apesar do abalo sentido por volta das 4h12 da madrugada, não houve danos estruturais nem feridos. A Defesa Civil realizou rondas nos bairros afetados, garantindo que não houve intercorrências.
Para aprimorar o monitoramento e a prevenção de riscos geológicos, Minas Gerais, responsável por 41% dos tremores registrados no país em 2025, receberá cinco novos sismógrafos, ampliando os estudos sobre a atividade sísmica no estado.