Líderes da Cúpula dos Povos apontam falta de resultados práticos da COP
Cúpula acontece na Universidade Federal do Pará durante a COP30 e é formada por diversos movimentos sociais e organizações populares
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O terceiro dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) foi marcado pela abertura oficial da Cúpula dos Povos, nesta quarta-feira (12). O evento reuniu cerca de 1,3 mil movimentos sociais, redes e organizações populares de todo o mundo na Universidade Federal do Pará, em Belém. Os discursos da cúpula tiveram críticas à ausência de maior participação popular na COP30 e em defesa da Palestina.
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A Cúpula dos Povos, que acontece paralelamente à COP30, se estende até o dia 16 de novembro e a expectativa é que mais de 30 mil pessoas passem pelo evento. Para as lideranças da cúpula, a COP têm mostrado poucos resultados práticos e tem deixado as populações à margem das decisões tomadas durante a conferência.
As organizações e movimentos também criticaram os países e tomadores de decisão por se omitir ou apresentar soluções “absolutamente ineficientes” colocando em risco a meta de 1,5 ºC do Acordo de Paris.
“A cúpula dos povos de 2025 é a cúpula dos povos do campo popular para enfrentar e constranger em alguns momentos a COP 30. Ela é feita por muitas mãos e muitas vozes de homens e mulheres do mundo inteiro”, disse Ayala Ferreira, integrante da comissão organizadora da cúpula e do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), durante a abertura do evento, segundo a Agência Brasil.
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Um desfile foi realizado antes da abertura da cúpula, com bandeiras de movimentos ribeirinhos, sem-terra, quilombolas, de quebradeiras de coco, atingidos por barragens, de pessoas com deficiência e entre outros. Também havia bandeiras palestinas.
“Da Palestina até a Amazônia, os crimes contra a humanidade continuam e a resistência das pessoas continuam. Na Palestina, o genocídio já completou dois anos e ainda não cessou, mesmo com o acordo, os crimes de Israel continuam a acontecer”, discursou o ativista palestino Jamal Juma.
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A Cúpula dos Povos ainda deve debater sobre territórios e soberania alimentar, reparação histórica e racismo ambiental, transição energética justa, enfrentamento ao extrativismo fóssil, governança participativa, democracia e internacionalismo dos povos, cidades justas e periferias vivas, e feminismo popular e resistências das mulheres.