Incêndio destrói quase 80 hectares na Reserva do Panga em dois dias
Localizada às margens da MGC-455, a área é mantida pela UFU e serve como espaço de pesquisa para cursos como Ciências Biológicas, Agronomia e Geografia
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A Reserva do Panga, um dos últimos remanescentes de cerrado preservado no Triângulo Mineiro, sofreu a perda de quase 80 hectares de vegetação nativa após dois dias consecutivos de incêndio. As chamas começaram na manhã de quarta-feira (6), destruindo inicialmente 6,4 hectares. No entanto, um novo foco surgiu na quinta-feira (7), consumindo cerca de 70 hectares adicionais. Em 2021, um incêndio de grandes proporções já havia devastado cerca de 200 hectares da mesma reserva.
Localizada às margens da rodovia MGC-455, no distrito de Miraporanga, em Uberlândia, a reserva é considerada um patrimônio científico e ambiental. A área é mantida pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e serve como espaço de pesquisa para cursos como Ciências Biológicas, Agronomia e Geografia.
Com um total de 403,85 hectares de vegetação nativa, a unidade de conservação vem enfrentando ameaças recorrentes. Incêndios como este colocam em risco não apenas a biodiversidade, mas também o valor científico da área, comprometendo estudos e ações de preservação do cerrado.

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Reignição em área de difícil acesso
O trabalho de rescaldo, essencial para evitar novas reignições, foi realizado na manhã desta sexta-feira (8). Segundo os responsáveis pelo combate, ainda há pontos de risco, o que exige monitoramento contínuo por pelo menos 48 horas. As causas do incêndio ainda estão sob investigação.
Veja o vídeo registrado pelos Bombeiros na Reserva do Panga
Risco à biodiversidade e à pesquisa científica
A Reserva do Panga abriga uma rica biodiversidade do bioma Cerrado, incluindo espécies ameaçadas e endêmicas. Além disso, é referência nacional em pesquisas ecológicas. Os sucessivos incêndios colocam em risco anos de estudos científicos, além de comprometer o equilíbrio ambiental da região.
Pesquisadores e ambientalistas alertam que mudanças climáticas, períodos prolongados de seca e a expansão urbana aumentam a vulnerabilidade de áreas protegidas como o Panga. Eles defendem a criação de um plano permanente de vigilância e ações educativas para conscientizar a população do entorno.