Furacão Melissa irá atingir Jamaica nas próximas horas; vários países estão em alerta

Fenômeno já atingiu o Haiti e a República Dominicana, causando mortes e evacuação de milhares de pessoas; especialistas alertam para impacto humanitário e ambiental

, em Uberlândia

O Caribe enfrenta uma das tempestades mais violentas de sua história recente. O furacão Melissa, que alcançou nesta segunda-feira (27) a categoria 5, o nível máximo na escala de intensidade, avança sobre a Jamaica com ventos de até 260 km/h, provocando destruição, mortes e pânico em vários países da região.

O fenômeno já atingiu o Haiti e a República Dominicana, onde foram confirmadas quatro mortes e uma pessoa segue desaparecida. Após passar pela Jamaica, Cuba e Bahamas serão atingidos.

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Imagem planetária que mostra o Furacão Melissa
Furacão Melissa já é tratado como fenômeno de grande impacto ambiental e humanitário — Crédito: National Oceanic and Atmospheric Administration

Segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), Melissa combina dois fatores que agravam seus efeitos: a rápida intensificação e o deslocamento lento, com velocidade média de 7 km/h. Essa combinação, segundo meteorologistas, potencializa o volume de chuva, o risco de deslizamentos e o impacto sobre áreas habitadas.

A previsão é de que o fenômeno chegue na Jamaica e receba até 76 centímetros de chuva, podendo ultrapassar um metro em algumas regiões. O governo jamaicano decretou evacuação obrigatória em áreas de risco, incluindo Kingston e Port Royal, e acionou cerca de 900 abrigos em todo o país.

Ambos os aeroportos internacionais foram fechados, e o transporte marítimo foi interrompido. “Nenhuma comunidade em Kingston está imune às inundações. Peço que levem isso a sério, não é hora de arriscar”, alertou Desmond McKenzie, ministro de Governo Local e Desenvolvimento Comunitário.

O primeiro-ministro Andrew Holness reforçou o apelo à população e descreveu a situação como “uma ameaça sem precedentes”. Milhares de famílias deixaram suas casas desde o fim de semana, enquanto equipes de emergência trabalham para remover moradores das zonas costeiras.

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Impactos do Furacão Melissa

Além da devastação urbana, os impactos ambientais e humanitários começam a se agravar. No Haiti, onde 3,7 mil pessoas já foram deslocadas, o furacão destruiu plantações de milho e bloqueou o acesso a mercados e terras agrícolas, um golpe adicional para um país onde mais de 5,7 milhões de pessoas enfrentam níveis críticos de fome.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) alertou que as inundações podem comprometer a temporada agrícola de inverno, ampliando o risco de escassez alimentar.

Na República Dominicana, as chuvas intensas afetaram o sistema de abastecimento de água de mais de 500 mil pessoas, danificaram cerca de 200 casas e deixaram diversas comunidades isoladas. Árvores e postes foram derrubados, e o fornecimento de energia segue instável.

Com a previsão de que após Jamaica, o Melissa chegue a Cuba nesta terça-feira (28), as províncias de Granma, Santiago de Cuba, Guantánamo e Holguín entraram em estado de alerta máximo.

As autoridades locais se preparam para volumes de chuva próximos a 300 milímetros e marés de tempestade capazes de causar inundações severas nas zonas costeiras.

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O furacão Melissa é a 13ª tempestade nomeada da atual temporada de furacões do Atlântico, que se estende de junho a novembro. Segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA), 2025 deve registrar uma temporada acima da média, com até 18 sistemas de alta intensidade.

Enquanto os ventos seguem devastando o Caribe, especialistas alertam que o episódio reforça os efeitos das mudanças climáticas na formação de fenômenos extremos. “A temperatura mais alta dos oceanos fornece energia adicional às tempestades, e o resultado são furacões mais fortes e destrutivos”, explicou Jamie Rhome, vice-diretor do NHC.

Para os moradores do Caribe, o alerta já se tornou realidade. Casas destruídas, lavouras perdidas e comunidades inteiras tentando sobreviver à fúria de Melissa, um nome que, segundo analistas, será lembrado como sinônimo de um dos episódios mais dramáticos da história recente da região.