Desmatamento cai 66% no Cerrado com apoio da tecnologia em Minas Gerais
Semad modernizou os processos com salas de inteligência, imagens de satélite, drones e centros de monitoramento em tempo real, além de plataformas digitais para denúncias
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Minas Gerais alcançou, em 2024, uma redução histórica de 66% no desmatamento do Cerrado, a maior queda registrada nos últimos seis anos. Entre os meses de agosto e novembro, os alertas de desmatamento somaram 67,5 km², número significativamente inferior aos 204,2 km² registrados no mesmo período de 2023. Os dados são da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), com base em análises do sistema Deter, operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O resultado é fruto do investimento em tecnologia e inovação na fiscalização ambiental.
A Semad modernizou os processos com salas de inteligência, imagens de satélite, drones e centros de monitoramento em tempo real, além de plataformas digitais para denúncias e cruzamento de dados.
Com isso, em 2024 foram realizadas 12.608 ações fiscalizatórias, resultando em R$ 2,3 milhões em multas ambientais.
Quadro nacional e o desafio do Cerrado
Em âmbito nacional, o Brasil registrou queda de 32,4% no desmatamento em 2024, somando 1.242.079 hectares, o menor índice desde 2019, segundo o MapBiomas Alerta, o Sistema Prodes/Inpe e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

Ainda assim, o Cerrado continua sendo o bioma mais afetado, representando 52,5% do total desmatado no país, com forte pressão sobre a região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), responsável por 75% da devastação no bioma, conforme o Observatório do Clima.
Avanço também na Mata Atlântica
No bioma da Mata Atlântica, os resultados também foram positivos. Segundo levantamento do Instituto Estadual de Florestas (IEF-MG), em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), o desmatamento caiu 37,35% entre janeiro e outubro de 2024.
A área desmatada passou de 6.180,84 hectares em 2023 para 3.871,74 hectares em 2024.
Fiscalização mais rápida e eficiente
Ferramentas como o Sistema Integrado de Informação Ambiental (Siam) têm permitido que os órgãos ambientais em Minas Gerais atuem de maneira mais ágil, com rastreabilidade em tempo real, detecção precoce de irregularidades e atuação pontual nas áreas críticas.

A tecnologia também tornou possível uma fiscalização mais eficiente em regiões de difícil acesso.
A expectativa é de que, com o reforço dessas ações e o engajamento contínuo das instituições envolvidas, Minas Gerais siga como referência nacional na luta contra os crimes ambientais e pela preservação dos seus recursos naturais.