Corredores ecológicos salvam vidas selvagens e evitam a incidência de animais em área urbana

Faixas de vegetação entre fragmentos florestais são essenciais para a sobrevivência e da diversidade de espécies

, em Uberlândia

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Os corredores ecológicos são verdadeiras pontes verdes que unem partes de floresta, permitindo a migração, a reprodução e a troca genética entre populações de animais silvestres. Neste texto, você vai entender por que essas “pontes” são cruciais para prevenir a perda de biodiversidade, manter ecossistemas saudáveis e fortalecer a eficiência das unidades de conservação — e ainda como projetos bem-sucedidos demonstram seu impacto real em campo.

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Corredor ecológico
Corredor ecológico em Santa Maria (RS) – Crédito: Jarbas Teixeira/Itaipi/Reprodução Governo do Estado do Paraná

A importância

Imagine macacos, onças, pavões‑real e tantos outros sem poderem atravessar uma estrada ou uma fazenda para encontrar recursos, áreas seguras ou novos parceiros. Isso leva a sérios problemas e, muitas vezes, à extinção de espécies. Os corredores ecológicos restauram essa conectividade, facilitando a movimentação natural dos animais e ajudando a equilibrar populações já fragilizadas pela fragmentação, além de evitar que eles precisem entrar em áreas urbanas, o que tem acontecido devido ao desmatamento.

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A conectividade promovida pelos corredores florestais é essencial para garantir a sobrevivência de mamíferos, aves migratórias e até répteis e anfíbios. Além de salvar espécies, fortalece os serviços dos ecossistemas — como polinização, controle de pragas e regulação do ciclo da água — que beneficiam diretamente as comunidades humanas e o setor agropecuário.

Exemplos no Brasil

  • Corredor Central da Mata Atlântica: ampla faixa vegetal que interliga fragmentos remanescentes do bioma desde o sul da Bahia até o Paraná, permitindo que espécies, como o mico-leão-dourado e a jaguatirica, circulem livremente entre áreas protegidas e fazendas com mata ciliar.

  • Uso de pontes e passagens subterrâneas em rodovias: no norte do país, iniciativas nas rodovias integradas à Amazônia mostram que quando rodovias cortam trechos de floresta, a instalação de túneis verdes e passarelas reduz drasticamente atropelamentos e mantém o fluxo genético das populações.

As informações são do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), World Wide Fund for Nature  (WWF), Fundação SOS Mata Atlântica, e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Corredor ecológico
Faixas de restauração ambiental em Santa Maria (RS) – Crédito: Jarbas Teixeira/Itaipi/Reprodução Governo do Estado do Paraná

Caminhos promissores

Experiências colaborativas entre governos, universidades e proprietários rurais mostram bons resultados. Técnicas de restauração ecológica, como plantios estratégicos de espécies nativas e manejo integrado da paisagem, foram capazes de regenerar áreas degradadas em cinco anos, conectando fragmentos a até 10 km de distância.

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A articulação desses esforços está ganhando destaque, com programas nacionais que visam mapear e legalizar corredores interestaduais — inclusive com incentivos fiscais a quem preserva ou restaura matas ciliares e terraplenagens.

Corredor Ecológico
Acordo celebrado pela AGU garantiu corredores ecológicos na BR-101 – Crédito: Empresa Brasil de Comunicação (EBC)/Reprodução

Os corredores ecológicos são fluxos vivos de ar, água, reprodução e segurança, que mantêm a floresta pulsando. Mais do que peças isoladas de conservação, constituem redes estratégicas que compõem o “esqueleto” dos biomas.

Para garantir que os animais continuem a percorrer seu habitat, é necessário investir em conscientização, planejamento e monitoramento, afinal, a sobrevivência de uma espécie depende, muitas vezes, daquele minúsculo trecho de floresta que corta o deserto agrícola.