COP30 tem a maior mobilização indígena na história das conferências

Aldeia COP espera receber até 3 mil delegações de povos originários nacionais e internacionais, sendo a maior mobilização indígena para uma conferência climática

, em Uberlândia

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A 30ª Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) abre oficialmente, nesta terça-feira (11), a Aldeia COP, que receberá representantes de povos indígenas. A ação espera garantir a maior participação indígena da história das COPs. O espaço, montado na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará, tem estrutura para hospedar até 3 mil pessoas, entre delegações indígenas nacionais e internacionais.

Na Blue Zone, área onde acontecem os diálogos oficiais entre autoridades de diversos países sobre clima, são esperadas 360 lideranças indígenas brasileiras. Os representantes foram indicados pelo movimento indígena, por meio da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). No total, são esperados cerca de 900 indígenas nas negociações.

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COP30 tem a maior mobilização indígena na história das conferências climáticas
Escola de Aplicação da UFPA foi transformada em Aldeia COP – Créditos: Alexandre de Moraes/Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

Segundo notícia da COP30, o governo brasileiro promoveu, nos últimos seis meses, uma série de encontros para preparar lideranças e informar essas populações sobre o funcionamento e relevância da conferência climática. A iniciativa, chamada Ciclo COParente, foi idealizada pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI), em parceria com a APIB.

No total, quase 2 mil representantes dos 391 povos originários que vivem no Brasil participaram do Ciclo COParente, sendo a mais ampla mobilização indígena concretizada para um Conferência do Clima das Nações Unidas, segundo o MPI.

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“Nós organizamos todo esse processo para preparar essa participação e, assim, fazer com que o mundo escute, a partir dessa presença, a contribuição que os indígenas já dão para o enfrentamento à crise climática: o nosso modo de vida, os sistemas alimentares por meio da agroecologia, as ações de reflorestamento e restauração de nascentes”, disse a ministra Sonia Guajajara.

Com a maior participação de indígenas na história das COPs, os representantes esperam resultados como:

  • O reconhecimento da proteção das florestas como ação fundamental de mitigação da crise do clima;
  • A inclusão da demarcação e da gestão dos territórios indígenas também como medida de mitigação;
  • A concretização de canais de financiamento climático direto, que viabilizem os repasses de recursos diretamente aos povos indígenas.

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COP30 tem a maior mobilização indígena na história das conferências climáticas
Uma das etapas do Ciclo COParente foi realizada em Recife (PE) – Créditos: Allan Torres/MPI

Comissão da Amazônia e dos Povos Originários

Neste ano, a deputada mineira Dandara Tonantzin (PT) foi eleita presidente da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados. A comissão trata de temas como o desenvolvimento da região amazônica, a demarcação e titulação de terras indígenas e quilombolas, e a proteção dos direitos e do modo de vida desses povos. A deputada está na COP30.

Os trabalhos também envolvem a discussão e votação de projetos de lei sobre mineração ilegal, crimes ambientais, saúde, educação e bioeconomia, buscando garantir direitos fundamentais e a proteção de territórios e da sociobiodiversidade.

Na COP30, a comissão estará no centro das atenções globais para as discussões de desenvolvimento sustentável e justiça climática.