Temas essenciais do mundo atual intercalados com posições humanistas a respeito de comunicação, economia, vida, política e sociedade
Temas essenciais do mundo atual intercalados com posições humanistas a respeito de comunicação, economia, vida, política e sociedade
Dificilmente se repetirá o fenômeno daquele fim de semana na televisão brasileira. Bem possível que Silvio Santos seja o único ser-humano na face deste país capaz de atrair para si a atenção de todas as redes de televisão numa cobertura tão extensa e altruísta.
SBT, Globo, Record, Band, Rede TV, CNN e mais uma pá de canais fechados reverenciaram o mestre que foi chamado de História da Televisão, confundindo a figura dele com a evolução toda do meio. E, cá pra nós, não houve exagero algum. É isso mesmo e não poderia ser diferente.
O camelô que fez o nome a partir de um sonho, que se transformou em persistência e ousadia.
Ele que não fazia parte de roda nenhuma, não tinha título qualquer, enxergou seu objetivo e construiu a própria estrada.
Numa das frases mais icônicas disse mais ou menos o seguinte: “Eu não queria ser dono de televisão. Precisei ter uma emissora para fazer o que eu sabia fazer. Pois me fecharam todas as portas”.
Disse isso com voz firme, ressentimento sim, mas sem sentimento vingativo. Fez o que deveria e teve coragem de fazer.
Sua origem era humilde, todos sabemos. Não nasceu em berço de ouro, não herdou nada de ninguém e criou a própria identidade. Silvio Santos . Silvio porque a mãe não sabia pronunciar Senor. E Santos porque, segundo ele, todo Santo ajuda.
O homem do baú, das colegas de trabalho, da linguagem fácil e envolvente, dos próprios arrependimentos, como o de esconder a condição de casado no início da carreira para não afugentar as fãs. Disse sim, falou abertamente várias vezes que se arrependia. Mas o fez. E, para a época, deu certo.
Tudo foi explorado exaustivamente pelos jornais, programas especiais, apresentadores discípulos naquele fim de semana de muito choro e saudades.
Rodrigo Faro da Record apareceu na Globo. Luciano Huck da Globo apareceu no SBT. Celso Portioli do SBT apareceu na Band. Leão Lobo deu exclusiva no Jornal Nacional. Foi uma festa de civilidade numa arena onde já imperou rivalidade à flor da pele.
Acredita que mais alguém tenha essa capacidade nas nossa telinhas?
Os Deuses dos tubos de imagens e das telas de led é que dirão. Mas isso é história pra daqui a 6 décadas.