Serra da Canastra: um encontro com a natureza

Uma visita à Serra da Canastra pode proporcionar estar perto do verde, abraçar uma árvore e um contemplar revigorante para nos deixar em equilíbrio com a vida

04/08/2024 ÀS 18H38

- Atualizado Há 2 meses atrás

Ainda escuto o som dos pés entre a terra e as pedras. Um atrito contínuo da bota no terreno árido da Serra da Canastra no seu inverno seco. Um contato íntimo que foi possível depois de várias tentativas de ir até lá e saber pessoalmente sobre o que tanto dizem desse lugar.

Na verdade foi voltar para mais tentar desvendar. Minha primeira vez foi em novembro do ano passado, à trabalho, para mostrar o início da plantação de oliveiras na região de São João Batista da Serra da Canastra.

Entre uma entrevista e outra pude atravessar parte da paisagem e me surpreender com a exuberância da vegetação e das entranhas da cadeia de montanhas que rasga o horizonte.

Nunca mais esquecerei o sentimento de enxergar os caminhos que o pareciam desenhos no papel de tão perfeitos e do pôr do sol ao contrário.

Sim, a despedida do dia e a chegada da noite sentada no banco. Acompanhei o movimento do planeta despretensiosamente sem pressa e com o coração comovido pelo silêncio e pela força da natureza.

serra da canastra, trilha na montanha
Trilha em montanha na Serra da Canastra – Crédito: Arquivo pessoal

Há quinze dias retornei à Serra da Canastra A ideia era descansar, conhecer uma pousada com nome de sítio, mas vivi uma aventura ímpar!

No sábado, pouco antes do meio-dia e devidamente protegida e com amigos do lado, desafiei a Serra Branca. Íngreme e tão alva que franzir a testa era automático. Passo depois de passo, com muito calor alcancei o platô escutando Queen, sugestão da Melissa, parceira de subida.

Entre notas e voz, a sensação plena de alegria. Que veio novamente no domingo com outro desafio!

Antes de pegar a estrada para casa o convite para visitar o Morro das Cruzes. Tudo bem até perceber que para ir até lá seria praticamente escalar. E fui.

A caminhada nada fácil, porém possível com cuidado e limites. Me agarrei a galhos, arranhei as mãos ao apoiar nas rochas e ainda em outras mãos. Lá em cima veio o nó na garganta e o abraço de Regina, amiga e comadre. O quase choro por ter a certeza da própria capacidade muitas vezes em dúvida.

Estar tão perto do verde, das flores, dos pássaros do céu trouxe paz, força, fôlego e uma infinidade de sentimentos que culminaram no bem-estar.

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Pesquisas mostram que contra o estresse, o cansaço inexplicável e beliscões de tristeza abraçar a natureza é um bálsamo. Já ouviu falar no ‘banho de floresta? Pois bem. O Japão introduziu essa, digamos, técnica há quarenta anos e os benefícios foram claros.

Contemplar, respirar, sentir a acolhida da natureza melhora os índices da pressão arterial, interfere na qualidade do sono e, na minha opinião, me permitam, cria um vínculo de respeito com as criaturas que nos acompanham nessa existência.

E essa estratégia reverbera por aqui. Tanto que o Sistema único de Saúde (SUS) pode adotar essa prática nos próximos anos. Até lá sugiro que você tire um tempo para criar e se entregar a um momento como esse. Posso garantir que será inesquecível e haverá uma saudade. A saudade de uma boa conversa com o que nos cerca e nem reparamos!

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