Antes mesmo de iniciar o período previsto em lei das convenções partidárias, os bastidores das eleições municipais de Uberlândia já começaram a se movimentar.
No início deste mês um vídeo divulgado pelo pré-candidato Leonídio Bouças (PSDB) irritou os adversários ligados ao prefeito Odelmo Leão.
Diante do tempo reduzido para a propaganda eleitoral, os chamados de pré-candidatos, usam suas redes sociais para explorar a atenção do eleitor.
O vídeo em questão mostrava o recorte de um discurso de Odelmo enaltecendo as qualidades políticas de Leonídio, em outra época e contexto.
Ao que parece, o que queria Leonídio, era, no mínimo, demonstrar que já teve algum dia a simpatia do prefeito assim como já atuou como secretário em uma de suas gestões.
No entanto, o pré-candidato Paulo Sérgio (PP) entendeu diferente, e disse que a intenção do adversário era, também, confundir e induzir o eleitor a erro dando a entender que o apoio de Odelmo nestas eleições era para Leonídio e não para Paulo Sérgio, como já foi divulgado.
O caso foi parar na Justiça
O PP ingressou com uma Representação Eleitoral em Uberlândia pedindo que o vídeo fosse removido das redes sociais. O juiz local, no entanto, negou o pedido por entender que o apoio de Odelmo já tinha sido amplamente divulgado pelos meios de comunicação da cidade não havendo margem para dúvidas.
Mas o partido voltou a contestar e recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Lá sim conseguiu uma vitória e o TRE mandou tirar o vídeo das plataformas e considerou que a manipulação da fala do prefeito poderia interferir no processo eleitoral.
Por mais que o partido de Paulo Sérgio tenha conseguido a vitória na justiça, se a intenção de Leonídio era se posicionar ao lado de Odelmo, o estrago já estava feito.
O tempo que o vídeo ficou no ar e circulou pelos aplicativos de mensagens, já é suficiente para convencer alguns eleitores e principalmente os mais desavisados.
Por outro lado, o timing da estratégia de Leonídio parece ter queimado a largada. Se tal vídeo tivesse sido usado no início da propaganda em rádio e TV, por exemplo, usando além das redes sociais a força dos veículos tradicionais, poderia alcançar resultados melhores.