Inteligência artificial: a vantagem competitiva dos mais velhos no uso da ferramenta de dados

A clareza da informação na demanda da tarefa fará a diferença nas soluções de inteligência artificial

12/07/2024 ÀS 14H18

- Atualizado Há 2 meses atrás

Vez por outra invoco o imortal acadêmico Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas. Diz o sábio romancista e novelista: “A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que não se misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância. […] Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data”.

Daí vem meu entendimento e que coisas frívolas e rotineiras não merecem ocupar espaço em demasiado nas nossas mentes. Assim que usadas, deletam-se por si mesmas, instantaneamente.

E há de se preservar memórias merecedoras de lembranças, relevantes e de aproveitamento quando necessário. As que realmente importam.

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E quem detém essas densas memórias?

Bem, falei de Walter Longo em publicação de algumas semanas atrás, ao tratar de Inteligência Artificial (IA). A defesa do septuagenário publicitário é a de que profissionais maduros, vividos, ases em vida e atividade intelectual terão experiência mais proveitosa no uso da IA do que jovens.

É a era de uso das “horas antigas” de Guimarães Rosa. Serão estas capazes de sugerir a formulação de algo bem rebuscado e de vasta riqueza vocabular para demandar ao raciocínio da máquina o que dela se quer.

Foi contado por Walter Longo o episódio do aprendiz da agência que fazia o job para um cliente supermercadista. Teria dito o rapaz ao software de criação “Faz aí pra mim uma gôndola de leite”. E algo parecido com isso abaixo surgiu do tal pedido:

gôndola de leite
Arte de Henrique Carvalho e Silva

A literatura brasileira é recheada de menções a personagens de 30 a 40 anos tratados como “anciões” ou “anciãos” – formas aceitas para se rotular pessoas idosas e senis. Épocas de expectativa de vida curta.

Hoje, profissionais que extrapolam a marca dos 50, a meia idade, experimentam ser disputados a tapa na saudável concorrência de mercado.

Novos tempos com fórmulas antigas. Porque saber o que se quer de algo é tarefa para quem já viveu muito e quer viver ainda mais.

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