Grau de risco crítico: prédio na avenida Rondon Pacheco é vistoriado e Defesa Civil alerta Sisema

Prédio na avenida Rondon Pacheco, em Uberlândia, apresenta danos estruturais graves e tem pavimentos bloqueados para uso de estacionamento

05/08/2024 ÀS 12H13

- Atualizado Há 1 mês atrás

Trincas, rachaduras e infiltrações. Uma série de danos estruturais em um prédio na avenida Rondon Pacheco, no bairro Tibery, tem preocupado os órgãos de segurança. A Defesa Civil em Uberlândia chegou a emitir um laudo classificando a situação como “grau de risco crítico”.

Trincas na laje fizeram condomínio bloquear garagens do prédio na avenida Rondon Pacheco – Foto: Arquivo Pessoal

O Paranaíba Mais recebeu a denúncia na última semana relatando que pelo menos três dos 14 andares do prédio comercial estariam interditados devido a danos graves na estrutura. Os pavimentos eram utilizados como estacionamento e apresentavam trincas em razão de sobrecarga da estrutura.

Ainda segundo o denunciante, a pele de vidro que reveste a fachada está solta e com risco de queda.

O próprio condomínio do Edifício Empresarial Albino Pfeifer chegou a solicitar um laudo técnico de Engenharia Civil para avaliar a situação. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) e a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec) foram notificados sobre a situação.

Vistorias apontam grau de risco crítico no empreendimento

A coluna teve acesso aos documentos. No primeiro laudo, o engenheiro civil constatou que todas as lajes dos pavimentos de garagens apresentam trincas no piso. O especialista ainda aponta condições de esfarelamento do concreto, considerada uma grave intercorrência estrutural que pode estar relacionada ao excesso de água.

Foi verificado ainda que as dimensões das lajes não estão em conformidade ao projeto de estrutura calculado para o prédio, como determina a norma NBR 6.118.

“Em virtude deste adicional de sobrecarga imposta na estrutura durante o processo de execução da obra em desacordo com o projeto estrutural do prédio, concluímos que os pavimentos denominados de sobreloja (1º pavimento), G1 (2º pavimento) e G2 (3º pavimento) não poderão ser utilizados para fins de estacionamento de veículos”, concluiu.

Já o relatório da Defesa Civil aponta evidências de infiltração que comprometem a estrutura predial, fissuras nas lajes e alvenaria dos pavimentos de garagens, bem como deficiência no sistema de drenagem.

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Sobre a pele de vidro solta em alguns pavimentos, não foi possível acesso ao local para evidenciar o problema, embora ele tenha sido relatado no laudo.

Por fim, o órgão municipal concluiu que o prédio na avenida Rondon Pacheco se classifica como grau de risco crítico. O nível de inspeção, de acordo com o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape), significa “impacto irrecuperável”, ou seja, que provoca danos contra a saúde e a segurança das pessoas e meio ambiente.

O que dizem as partes

A Defesa Civil esclareceu, por meio de nota, que foi acionada pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), compareceu ao local, realizou vistoria e elaborou laudo, que foi encaminhado ao Sisema para providências.

O condomínio foi procurado, porém o síndico informou que não se manifestaria neste momento, já que as medidas cabíveis estão sendo adotadas pela administração. Não foram repassadas informações sobre a construtora responsável pelo prédio.

Pele de vidro da fachada corre risco de queda, diz ocupantes do prédio – Foto: Google Earth

Servidores e condôminos preocupados com o prédio na avenida Rondon Pacheco

Embora o empreendimento seja para uso comercial, os problemas estruturais do prédio não preocupam apenas os proprietários ou locadores de salas comerciais.

É de amplo conhecimento que algumas salas no local são cedidas para o Ministério Público Estadual, com uso compartilhado por servidores da Receita Estadual e Polícia Militar.

Mesmo sem nenhum conhecimento técnico sobre o assunto, e apenas pautada pelos relatórios oficiais, vejo que esse problema é muito mais sério do que eventuais prejuízos financeiros às partes envolvidas. É tema de interesse público e deve ser tratado com cautela e prioridade, uma vez que há riscos evidentes para os frequentadores do edifício e quem passa pela via pública.

Que esse exemplo sirva de atenção para olharmos para as nossas estruturas prediais e denunciar sempre que alguma irregularidade for identificada.

A propósito, moradores e comerciantes podem pedir a visita da Defesa Civil, pelo 199, para avaliar eventuais riscos estruturais.

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