As necessidades e os problemas que afligem a segunda maior cidade de Minas Gerais: Uberlândia
As necessidades e os problemas que afligem a segunda maior cidade de Minas Gerais: Uberlândia
O caso da bebê sequestrada na maternidade do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) revolta e acende mais um alerta sobre a criminalidade na cidade e a falha de protocolos de segurança em hospitais.
Que facilidade é essa que criminosos têm de entrar em uma unidade de saúde e ameaçar a vida e a integridade de tantos pacientes e funcionários?
Nós sabemos o quanto é burocrática a entrada em uma unidade de saúde quando precisamos de algum tipo de atendimento ou estamos fazendo uma visita a alguém hospitalizado. O próprio pai da bebê sequestrada fez esse questionamento.
Ainda me recordo da paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) morreu aguardando por atendimento na UAI do bairro Tibery por causa de um protocolo muito questionável da rede.
Embora, na época, a Secretaria Municipal de Saúde garantiu que que não havia nenhuma regra que limitasse atendimentos por qualquer unidade de saúde da rede municipal e os colaboradores, o Ministério Público concluiu que houve omissão de socorro e informações sobre um protocolo interno, que impedia atendimento de pecientes fora da unidade. Foi instaurado procedimento criminal contra a Missão Sal da Terra, que é gestora da UAI.
Mas não vamos muito longe. No próprio HC-UFU tivemos outra violação recente de protocolos de segurança, quando uma paciente da ala psiquiátrica foi estuprada por um policial penal que fazia a escolta de outro paciente. O crime aconteceu em março.
A unidade pode até tentar se defender alegando que o agente de segurança tinha autorização para estar ao local e não levantava qualquer suspeita. Ora, mas se até uma falsa médica consegue ludibriar funcionários, vigilância, pacientes e entrar na unidade para roubar um recém-nascido, o que deveria levantar suspeita?
Alguém foi culpado e não são apenas os funcionários que autorizaram (ou não) a entrada da falsária. Tudo ainda é inicial e precisa ser apurado com cuidado.
Não posso deixar de lembrar que no hospital Santa Genoveva, no mês de maio, uma funcionária quase foi assassinada pelo ex, que também adentrou o estabelecimento de saúde com tranquilidade. O homem ainda tentou colocar fogo na sala onde manteve a mulher refém, mas não encontrou fósforo ou isqueiro.
São pelo menos três crimes gravíssimos cometidos dentro de hospitais da rede de saúde de Uberlândia em um intervalo de cinco meses. Considerando, apenas, o que chegou ao conhecimento da imprensa.
Me parece que o Ministério Público já está de olho nisso e deve buscar a punição em breve dos responsáveis.
De toda forma, administrativamente, os protocolos de segurança nos hospitais de Uberlândia precisam ser urgentemente reestruturados.
Não é razoável que pacientes e visitantes tenham tanta dificuldade para entrar nas unidades, mas um criminoso consegue estuprar uma paciente, tentar matar a funcionária e levar uma bebê sequestrada sem qualquer, ou quase nenhuma, restrição de entrada.
Até quando?