Conteúdos do universo esportivo local e nacional, além de análises de desempenho no futebol
Conteúdos do universo esportivo local e nacional, além de análises de desempenho no futebol
Após vencer a chapa “Renovação e Transparência” na última eleição presidencial, Augusto Melo assumiu a presidência do Corinthians no dia 2 de janeiro. Desde então, sua gestão tem sido marcada por uma série de decisões questionáveis e controversas, especialmente em relação a patrocínios e relações com seus dirigentes.
Augusto Melo chegou ao cargo com a promessa de trazer 12 reforços, metade deles com status de titulares. As contratações foram:
Dentre eles, Matheuzinho custou R$ 26 milhões e Pedro Raul R$ 24 milhões, somando R$ 50 milhões em dois jogadores que até agora não justificaram seus valores.
Além disso, o clube perdeu Lucas Veríssimo por falta de profissionalismo na gestão. Viu Cássio sair de graça para o Cruzeiro, sem compensação financeira, e Carlos Miguel deixar o clube pelo baixo valor da multa, consequência de um contrato feito pela gestão anterior, mas que a atual direção não conseguiu renegociar.
Outro fator que impactou dentro dessas negociações foi a promessa do presidente de não contratar jogadores acima de 30 anos, pois ele é contra. Sendo assim, vale dizer que Gustavo Henrique, Coronado e Pedro Henrique não se encaixaram nessa “regra”.
Dentro de suas promessas, o mandatário corinthiano afirmou contar com profissionais técnicos e qualificados para tirar o time da situação atual.
Ele prometeu também fazer um bom trabalho de “scout”, função importante na montagem de um elenco. No entanto, Thiago Gasparini que foi anunciado em janeiro pelo gestor, foi demitido em junho.
Desde sua posse, Augusto Melo teve que realizar várias mudanças na gestão em apenas seis meses. Rubens Gomes, ex-diretor de futebol, deixou o cargo após desentendimentos com o presidente. Sérgio Moura, escolhido para o departamento de marketing, saiu após o escândalo da “Vai de Bet”.
Rozallah Santoro, responsável financeiro, e Fernando Alba, ex-diretor-adjunto de futebol, também deixaram seus cargos devido a falta de autonomia e polêmicas de patrocinadores. Yun Ki Lee, ex-diretor jurídico, seguiu o mesmo caminho devido à crise interna.
Para suprir as saídas, Augusto Melo encontrou dificuldades, lidando com a pressão da torcida, que chegou a invadir o centro de treinamento.
Recentemente, Fred Luz e Pedro Silveira foram anunciados como novos CEO e diretor financeiro, respectivamente, trazendo um pouco de esperança para a torcida.
Fred Luz, que fez parte da gestão do Flamengo em um período de crise, é visto como uma luz no fim do túnel.
Cumprindo a promessa de ter uma “camisa valiosa”, o Corinthians acertou com a casa de apostas “Vai de Bet” para patrocinar seu uniforme, se tornando o maior patrocínio master do país. Os valores giravam em torno de R$ 360 milhões por três anos.
No entanto, no dia 7 de junho, a empresa anunciou a rescisão do contrato, alegando irregularidades nos pagamentos a uma empresa laranja. Esse caso causou grande comoção no mundo esportivo nacional, levando a investigações e aumentando a pressão sobre o presidente.
Atualmente, o clube negocia com outras empresas para substituir o antigo patrocinador.
Augusto Melo iniciou o ano mantendo Mano Menezes como treinador, mas após uma sequência negativa, flertando com o rebaixamento no campeonato estadual, Mano foi demitido em fevereiro. Antônio Oliveira foi escolhido como substituto, mas mesmo assim não conseguiu classificar o time para as fases finais do Paulista.
No Campeonato Brasileiro, o português António Oliveira foi demitido depois de perder o “derby paulista”. Foram 12 jogos e apenas uma vitória na competição.
Desde então, o time tem sido comandado por Raphael Laruccia, técnico do sub-20. O treinador soma uma vitória sobre o Vitória e uma goleada sofrida para o Cruzeiro.
Nomes como Carille e Ramon Diaz foram especulados, mas sem sucesso. Carille, ídolo do Corinthians, e Diaz, que chegou a acertar bases salariais, não foram confirmados.
A demora na contratação de um novo treinador tem influenciado negativamente o desempenho do time em campo causando revolta na torcida.
O Corinthians, com toda sua história desde 1910, enfrenta problemas financeiros, morais e no espírito competitivo. O clube está preso a ideias ultrapassadas, incapaz de inovar ou se modernizar.
Para alcançar o sucesso, é preciso ir além do básico, superar expectativas e fazer mais do que o esperado. Contudo, o clube continua optando pelo caminho mais fácil, limitando-se ao mínimo necessário.
O fato é que o Corinthians deixou de competir há anos, acumulando diversos vexames que não condizem com sua história. Por exemplo, o alvingero não vence um derby paulista desde 2021.
A última vez que o Corinthians venceu seu maior rival, o Palmeiras, foi em setembro de 2021, pela 22ª rodada do Brasileirão.
Augusto Melo precisa assumir a postura de presidente, pois o futuro do Corinthians depende disso. Em seis meses, com todas essas polêmicas, ele está caminhando para um cenário similar ao da tão odiada chapa “Renovação e Transparência”.
Apesar de bem-intencionado, sua gestão tem se mostrado amadora. O Corinthians enfrenta dificuldades financeiras e montou um elenco mediano, de nível série B.
O desempenho do time em campo é crucial. Se a fase fosse boa e o clube estivesse brigando pela ponta da tabela, as outras polêmicas poderiam ser menores. Mas, com a fase ruim, todos os problemas se acumulam, estourando em uma crise que ameaça a estabilidade do clube.
Por parte da torcida, os sinais de alerta já foram ligados e a oposição está fortemente interessada no impeachment do mandatário. A cobrança está pesada em cima do presidente que parece não ter paz no dia a dia devido às suas decisões.
E esse ano parece-me que a torcida não conseguirá salvar novamente o clube do rebaixamento. O Corinthians sempre foi temido em seu estádio, mas o desempenho é tão ruim que em oito jogos como mandante, o time venceu apenas dois.
Vale lembrar que o Santos, rebaixado no último ano, nessa mesma rodada tinha mais pontos que o Corinthians.
Ou seja, o torcedor corinthiano também não tem paz pois não sabe dizer se dias melhores virão.