Bastidores e informações relevantes sobre o cenário político regional e nacional
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O vereador Fabão (PV) ganhou destaque nos últimos dias por conquistar o recorde de votos em uma eleição municipal em Uberlândia alcançando a impressionante marca de 14.596 votos. Por outro lado, chama a atenção a votação recebida por Célia dos Santos (PRTB), a candidata menos votada de Uberlândia, recebeu apenas quatro votos.
A montagem de uma chapa de candidatos a vereador é, sem dúvidas, o momento mais importante das eleições proporcionais. O sistema adotado no Brasil privilegia a representação partidária, por isso, ter uma chapa consistente faz toda a diferença.
As pessoas mais experientes na estruturação dos partidos costumam dizer que a chapa ideal é a chamada “chapa peixe”. Ela deve ter cabeça, dorso e rabo. Em resumo, é a chapa composta de candidatos extremamente competitivos e já experimentados nas urnas (cabeça), mais os candidatos com médio potencial mas que contribuem na formação do quociente partidário (dorso) e aqueles de baixo potencial mas ajudam a cumprir as exigências legais, sobretudo, a cota de gênero (rabo).
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Aqui em Uberlândia os candidatos que ficaram no final da lista dos partidos tiveram baixíssima votação e isso contribuiu para que muitas legendas ficassem de fora da Câmara Municipal, ajudando até mesmo na derrota de alguns atuais vereadores que não conseguiram se reeleger. É o caso, por exemplo, do PRD, do Rede e do PDT que deixaram para trás, Leandro Neves, Murilo Ferreira e Cláudia Guerra, respectivamente.
Entre os piores desempenhos nas urnas têm uma candidata do PRTB que se destacou, Célia dos Santos, de 59 anos que recebeu apenas quatro votos. Esta é a primeira vez que Célia disputa uma eleição municipal. A candidata menos votada de Uberlândia trabalha como diarista e mora no bairro Luizote de Freitas.
Eu tentei falar com a candidata por telefone para tentar entender o motivo de uma votação tão pequena, mas Célia não atendeu as ligações nem respondeu as mensagens enviadas. O presidente da legenda, Jorge Pereira, disse que o desempenho ruim dos candidatos do partido se deve a falta de recursos para financiar as campanhas. No caso de Célia, especificamente, ele atribuiu também a problemas de saúde na família que teriam impedido a candidata de se empenhar mais em busca de votos.
O partido da candidata menos votada de Uberlândia teve também uma candidatura à prefeita. Daphiny Preta teve 931 votos na disputa pela prefeitura. O partido iria compor a coligação de Leonídio Bouças (PSDB) e Daphiny seria candidata a vereadora. Mas no apagar das luzes do período de convenções partidárias a legenda resolveu lançar candidatura própria.
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Nos bastidores da política muito se falou que o movimento era uma estratégia do próprio Leonídio para tirar votos de Dandara (PT) já que Daphiny tinha um perfil semelhante ao dela e ainda ter alguém na disputa que pudesse atacar livremente o então líder das pesquisas, Paulo Sérgio (PP). Se isso era mesmo verdade a estratégia não funcionou pois como o partido não tinha representação mínima no Congresso Nacional a candidata sequer foi convidada a participar dos dois últimos debates na TV e o resultado final foi de míseros 0,25% dos votos válidos.