As necessidades e os problemas que afligem a segunda maior cidade de Minas Gerais: Uberlândia
As necessidades e os problemas que afligem a segunda maior cidade de Minas Gerais: Uberlândia
O pontilhão da BR-365, na zona leste de Uberlândia, poderia ser um grande atrativo para quem gosta de ver as locomotivas passando sobre a linha férrea urbana. Mas virou cartão postal acidentalmente, no contexto literal mesmo.
Quem passa com frequência pelo trecho e se depara com longos congestionamentos, reconhece uma cena rotineira. Se congestionou, pode saber: tem caminhão preso na estrutura.
Foi o que aconteceu na última semana com a carreta boiadeira que seguia para o Espírito Santo. O que ocorreu também com um caminhão que transportava carga de containers e o que provavelmente vai se repetir em breve.
Não é agouro. É a realidade nua e crua do pontilhão da BR-365 que castiga tantos motoristas, seja pelos prejuízos com a carga e os danos nos veículos, seja pelos usuários da rodovia que ficam prejudicados com os bloqueios toda vez que há acidentes.
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Essa novela com episódios que se repetem deixa o uberlandense sem qualquer vontade de assistir.
A cada nova colisão, a cidade é tomada por indignação e frustração, enquanto testemunhamos a inércia de autoridades e empresas responsáveis por essa situação caótica.
A falta de atenção dos motoristas, é claro, é um fator agravante. A sinalização indicando a altura máxima permitida de 4,5 metros está ali, fixada na estrutura para quem se dispõe a ver.
Mas também é muito claro que a responsabilidade pela segurança no local transcende a conduta individual. A própria estrutura do pontilhão da BR-365, com altura insuficiente e ausência de proteção adequada, configura um convite aos acidentes.
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O cenário provocou o Ministério Público a processar todos os órgãos envolvidos, desde Dnit à concessionária ferroviária VLI.
Neste mês, houve uma audiência de conciliação, mas ninguém quis fazer acordo, nenhuma empresa. O procurador da República, Cléber Eustáquio, me disse que entrou com uma nova petição um dia após o acidente mais recente no pontilhão da BR-365.
Toda semana praticamente tem um acidente lá, esse último foi o terceiro desde que o MPF ingressou com a ação civil pública. O órgão pede que seja ordenada pela Justiça a obrigação de fazer o rebaixamento do pavimento da rodovia, uma das principais vias de acesso a Uberlândia.
Além disso, defende como solução também que o Dnit cumpra seu papel e implemente o uso do Anel Viário Ayrton Senna para veículos pesados, desafogando o tráfego na região urbana e reduzindo o risco de acidentes.
Está todo mundo impaciente e não é por acaso. É inaceitável que uma cidade urbanisticamente desenvolvida como Uberlândia esteja sujeita a esse tipo de situação tragicômica. Aliás, cada vez mais vexatória que trágica.
Agora, cabe ao Judiciário decidir o desfecho desse drama.