Supremo retoma votação no julgamento de Bolsonaro

Defesa do ex-presidente se manifesta nesta quarta-feira; quatro ministros ainda irão anunciar seus votos no STF

, em Uberlândia

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O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (9) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de integrar o chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado em 2023. A Primeira Turma do STF iniciou ontem a votação do julgamento. Primeiro, o relator Alexandre de Moraes, seguido por Flávio Dino. Para hoje e os dias seguintes votarão Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Hoje, a defesa de Bolsonaro será ouvida, dando sequência às deliberações da turma. O término do julgamento está previsto para sexta-feira (12).

Luiz Fux é o terceiro ministro a votar em julgamento de Bolsonaro e mais sete réus - Crédito: Carlos Moura/SCO/STF
Luiz Fux é o terceiro ministro a votar em julgamento de Bolsonaro e mais sete réus – Crédito: Carlos Moura/SCO/STF

O primeiro dia de julgamento ocorreu em 2 de setembro e foi marcado pela leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes, que apresentou o histórico do processo, e pela manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que pediu a condenação dos acusados. Ao longo do dia, os ministros ouviram também as defesas dos réus.

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A defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, defendeu a validade do acordo de delação premiada e negou coação durante o processo. Já o advogado de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e hoje deputado federal, afirmou que não houve monitoramento ilegal de ministros do STF, alegando que o réu apenas registrava “pensamentos do presidente”. Representantes do almirante Almir Garnier negaram a participação das Forças Armadas na trama golpista, enquanto o ex-ministro Anderson Torres classificou a minuta encontrada pela Polícia Federal como “minuta do Google”.

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Além de Bolsonaro, respondem no Supremo os ex-ministros Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto, além de Anderson Torres, Alexandre Ramagem, Almir Garnier e Mauro Cid. A maioria é acusada de crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa armada. As penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

O julgamento segue até 12 de setembro, com sessões previstas em turnos matutinos e vespertinos e poderão ser acompanhadas ao vivo pelos canais oficiais do STF. A expectativa é que os votos dos ministros comecem a definir o destino judicial dos réus a partir de hoje.