Segundo maior diamante encontrado no Triângulo é retido pela PF por suspeita de desvio

Embora a empresa Diadel Mineração afirme que a pedra foi encontrada em Coromandel, a PF aponta a possibilidade de origem em um garimpo no Rio Araguari

, em Uberlândia

-

Um diamante bruto de 646,78 quilates, o segundo maior já registrado no Brasil, está no centro de uma investigação da Polícia Federal (PF) e da Agência Nacional de Mineração (ANM). A pedra, registrada em maio de 2025, como proveniente de uma Permissão de Lavra Garimpeira (PLG) em Coromandel, teve sua origem colocada em dúvida e permanece retida por suspeitas de furto e desvio.

Segundo maior diamante
Segundo maior diamante já registrado no país foi encontrado em mina de Coromandel  – Crédito: Redes Sociais/Reprodução

A gema passava pelo Processo de Certificação de Kimberley (CPK), exigência para que pudesse ser comercializada no Brasil ou no exterior, quando foi retida em 27 de agosto, data em que receberia o lacre final para exportação.

📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

Segundo maior diamante tem suspeita de origem em Araguari

Embora a empresa Diadel Mineração afirme que a pedra foi encontrada no Rio Douradinho, em Coromandel, apurações da Polícia Federal apontam a possibilidade de que o diamante tenha origem em um garimpo da Carbono Mineração, no Rio Araguari, em Araguari, a 154 km de distância. Essa hipótese reforça a suspeita de que a gema teria sido desviada para “esquentar” a documentação de venda.

Movimentações incomuns no mercado

Segundo a apuração do Estado de Minas, outro ponto que chamou atenção foi o pedido da Diadel Mineração de cancelar o processo de certificação no mesmo dia da retenção da pedra. Além disso, compradores do mercado interno afirmam que não foram consultados para negociação, prática incomum em casos de gemas raras.

Há especulações que o diamante tenha sido negociado por valores entre R$ 16 milhões e R$ 18 milhões, bem abaixo do preço estimado para uma pedra desse porte, que poderia chegar a R$ 50 milhões.

×

Leia Mais

Exigências da ANM e novas investigações

A ANM concedeu 60 dias para que a Diadel Mineração apresente planilhas detalhadas de produção, incluindo data, hora, local exato de extração, registros de pesagem e a assinatura do responsável técnico. Vídeos e depoimentos de trabalhadores indicam que o garimpo da Diadel em Coromandel estaria paralisado ou com atividade mínima no período em que a pedra teria sido extraída, o que aumenta as dúvidas sobre a versão apresentada.

A investigação busca identificar a cava de onde o diamante teria saído, já que a compatibilidade entre o volume de cascalho retirado e o declarado pela empresa é fundamental para confirmar a legalidade da descoberta.

A ANM informou que o processo de certificação ainda não foi concluído e que acompanha a situação com rigor. Confira a nota na integra:

“Agência Nacional de Mineração (ANM) informa que o processo de certificação Kimberley ainda não foi concluído e que não houve desistência por parte da requerente. A Agência acompanha a situação com rigor, atuando em conformidade com os princípios administrativos para assegurar a lisura do processo. Por razões de segurança e para a proteção de todos os envolvidos, os detalhes permanecem sob sigilo.”

O Paranaíba Mais solicitou informações à Polícia Federal e à empresa Diadel Mineração sobre o caso, mas ainda não houve retorno.