Quais provas levaram o general Braga Netto à prisão?
Braga Netto foi preso no Rio de Janeiro durante o fim de semana por tentar atrapalhar investigação federal sobre tentativa de golpe de Estado
A prisão do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e militar das Forças Armadas, durante o fim de semana, foi motivada porque, segundo a Polícia Federal (PF), ele estaria atrapalhando as investigações.
O inquérito federal apura a tentativa de golpe de Estado no país após as Eleições 2022, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro não se reelegeu. Braga Netto era candidato a vice-presidente na chapa com Jair.

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Durante o mandato, ele ocupou cargos de ministros da Casa Civil e da Defesa na gestão de Bolsonaro. Em 2018, comandou a intervenção federal na segurança do estado do Rio de Janeiro.
Mas, afinal, quais provas levaram à prisão do militar?
Prisão do general Braga Netto
O general foi preso no Rio de Janeiro na manhã do último sábado (14) durante cumprimento de mandados na casa dele, em Copacabana, expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O preso foi entregue ao Comando Militar do Leste e ficará sob custódia do Exército Brasileiro. As informações são da Agência Brasil.
O relatório das investigações enviado ao STF, no mês passado, apontou que o general Braga Netto teve participação concreta nos atos relacionados à tentativa de golpe de Estado e da abolição do Estado Democrático de Direito.

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Plano golpista
As provas coletadas pela PF apontaram que uma das reuniões para organizar como seria o plano golpista – que inclusive indicava a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice, Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes – foi realizada na casa do general Braga Netto, no dia 12 de novembro de 2022.
Conforme o inquérito, o núcleo de militares das forças especiais do Exército, chamados de “FE”, se reuniram “para apresentar o planejamento das ações clandestinas visando dar suporte às medidas necessárias para tentar impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder Judiciário”, apontou o relatório.
O encontro entre os acusados contou ainda com a presença do tenente-coronel Mauro Cid, o major Rafael de Oliveira e o tenente-coronel Ferreira Lima. O planejamento foi apresentado e aprovado ainda nesta reunião.
Obstrução de Justiça
A apuração indicou ainda que o militar teria tentado obstruir a investigação policial. Segundo a PF, na sede do Partido Liberal (PL), os policiais encontraram um documento que descreve perguntas e respostas relacionadas ao acordo de colaboração premiada firmado por Mauro Cid.
A suspeita é de que o conteúdo tratasse de respostas dadas por Cid a questionamentos feitos por alguém, possivelmente ao general Braga Netto. O investigado teria aparentado preocupação com a investigação da tentativa de golpe de Estado.
Outras provas ainda demonstraram que Braga Netto buscou, por meio dos pais de Cid, informações sobre esse acordo de colaboração. Por isso, a conduta indica suposto crime de obstrução de Justiça.