O que levou a Justiça de Bangladesh a condenar a ex-premiê à morte

Sentença cita responsabilidade da ex-premiê de Bangladesh, Sheikh Hasina, por mortes durante manifestações de 2024

, em Uberlândia

A ex-premiê de Bangladesh, no Sul da Ásia, Sheikh Hasina, foi condenada à morte nesta segunda-feira (17) por crimes contra a humanidade. A decisão judicial responsabiliza Sheikh Hasina pela reação violenta do governo aos protestos estudantis de 2024, que deixaram milhares de mortos e levaram à queda de sua gestão.

📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

Sheikh Hasina, ex-premiê de Bangladesh
Sheikh Hasina, ex-premiê de Bangladesh, foi condenada à morte – Créditos: Kuhlmann/MSC/Creative Commons

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU), estimam que cerca de 1.400 pessoas morreram e milhares ficaram feridas durante as manifestações, a grande maioria pelas forças armadas. A ex-líder foi acusada de autorizar e incentivar o uso de força letal para reprimir os atos.

Os protestos ocorreram entre julho e agosto de 2024, quando jovens foram às ruas pedir mudanças no sistema de cotas que reservava um terço dos cargos públicos para familiares de veteranos da guerra de independência. A insatisfação com a medida impulsionou a mobilização nacional e culminou na derrubada do governo de Sheikh Hasina.

×

Leia Mais

Segundo o portal R7, o julgamento ocorreu sem a presença da ex-primeira-ministra, que fugiu do país durante a crise política e está exilada na Índia. Após sua saída, Muhammad Yunus, vencedor do Nobel da Paz, assumiu um governo provisório.

Promotores afirmam ter obtido provas de que Sheikh Hasina autorizou o uso de força letal contra manifestantes. A ex-premiê de Bangladesh, porém, nega qualquer envolvimento nas mortes e diz ser vítima de perseguição política destinada a afastá-la e consolidar o novo governo.

Filha de Sheikh Mujibur Rahman, figura central na independência de Bangladesh, Hasina governou o país de 1996 a 2001 e novamente entre 2009 e agosto de 2024. Sua trajetória política foi marcada por avanços econômicos, mas também por denúncias de violações de direitos humanos e prisões de opositores.