MP rejeita exame de insanidade para acusado da morte de Clara Maria; decisão cabe ao Tribunal do Júri
Defesa alega que Thiago Schafer, preso pelo assassinato da jovem concretada na Pampulha, sofria de transtornos psiquiátricos e dependência química
-
O Ministério Público foi contrário ao requerimento da defesa de Thiago Schafer, de 21 anos, acusado de assassinar e concretar o corpo de Clara Maria Venâncio Rodrigues, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, ao solicitar exame de insanidade mental. O Ministério Público foi contrário ao requerimento, mas a palavra final caberá ao Tribunal do Júri, que decidirá se o acusado será submetido à avaliação psiquiátrica.

Segundo o advogado de defesa, Bruno Torres, Schafer já fazia tratamento psiquiátrico antes do crime e fazia uso de medicamentos controlados. A defesa apresentou ainda depoimentos de uma psiquiatra e de uma psicóloga que confirmaram o acompanhamento, iniciado um ano e meio antes da morte de Clara Maria.
De acordo com as profissionais, o jovem apresentava dependência química grave e sintomas compatíveis com depressão, ansiedade e possível esquizofrenia, embora ressaltassem que um diagnóstico definitivo dependeria de maior tempo de acompanhamento. A psiquiatra, inclusive, chegou a sugerir à família a internação do rapaz após crises de comportamento suicida.
📲 Clique aqui e siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp
Atualmente, Schafer está preso no Presídio Inspetor José Martinho Drummond, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em uma ala reservada a detentos envolvidos em casos de grande repercussão.
O desaparecimento e a descoberta do corpo
Clara Maria desapareceu em 9 de março, quando saiu para cobrar uma dívida de R$ 400 de um dos suspeitos, com quem havia trabalhado em uma padaria. A jovem pretendia encontrar o rapaz em um local público, mas foi convencida a ir até a casa dele, no bairro Ouro Preto, sob a promessa de que o dinheiro estaria lá.
Três dias depois, em 12 de março, a Polícia Civil localizou o corpo da vítima enterrado e concretado no quintal da residência. O suspeito inicialmente negou participação, mas acabou confessando o crime e indicando a presença de comparsas. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros participaram da ocorrência, e o caso passou a ser investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Leia Mais
Prisões e motivações do crime
Além de Schafer, outros dois homens foram presos, um em Santa Luzia e outro em Belo Horizonte. Ambos confessaram participação no crime em diferentes graus. Durante os depoimentos, surgiu ainda a citação de um quarto envolvido, mas a polícia não encontrou provas da participação dele até o momento.
As investigações apontaram inicialmente que a motivação seria a dívida de R$ 400. No entanto, a Polícia Civil encontrou indícios de que o crime foi premeditado. Uma das linhas de apuração sugere que um dos acusados desejava praticar necrofilia. Além disso, relatos indicam que um dos suspeitos, simpatizante do nazismo, guardava rancor da vítima após ser repreendido por ela e teria agido também por ciúmes, já que Clara Maria não correspondia às tentativas de aproximação dele.
Agora, com o pedido de exame de insanidade em debate, o caso segue para análise do Tribunal do Júri, que decidirá se o acusado será avaliado psiquiatricamente antes do julgamento.