Justiça impõe sigilo e amplia prazo para defesa em caso do gari morto em BH

Empresário que confessou assassinato de Laudemir Fernandes terá mais dez dias para apresentar resposta; juiz ainda vai decidir se aceita denúncia do MP

, em Uberlândia

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A Justiça de Minas Gerais determinou o sigilo do processo no caso do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, assassinado a tiros em 11 de agosto enquanto trabalhava em Belo Horizonte. Na mesma decisão, a juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza concedeu dez dias adicionais para que a defesa do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, autor confesso do crime, apresente a chamada resposta à acusação, documento que antecede a análise da denúncia pelo juiz.

A Justiça de Minas Gerais determinou o sigilo do processo no caso do gari Laudemir Fernandes, assassinado a tiros pelo réu confesso René Júnior - Crédito: PC/Divulgação e Redes sociais/Reprodução
A Justiça de Minas Gerais determinou o sigilo do processo no caso do gari Laudemir Fernandes, morto a tiros assassino confesso René Júnior – Crédito: PC/Divulgação e Redes sociais/Reprodução

Renê foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, em via pública e com uso de arma irregular, além de ameaça. A Justiça agora precisa decidir se aceita a denúncia, momento em que o acusado se tornará réu e o processo seguirá para a fase de instrução, com oitivas de testemunhas e produção de provas. Enquanto isso, ele permanece preso preventivamente no Presídio de Caeté, na Grande BH.

O pedido de mais prazo foi feito pela defesa, que alegou dificuldade de acesso a provas armazenadas em HD e em celular. O Ministério Público não se opôs, e a juíza acolheu a solicitação.

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A decisão judicial também determinou sigilo no processo devido a “acessos atípicos” aos autos e risco de vazamento de informações sensíveis. Com isso, apenas as partes, seus advogados, o Ministério Público e o assistente de acusação têm acesso aos documentos, garantindo a integridade das investigações.

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A arma utilizada no crime pertencia à delegada Ana Paula Lamego, esposa de Renê. O laudo balístico confirmou que o disparo que matou o gari partiu da pistola registrada em nome dela. A delegada foi indiciada por porte ilegal de arma de fogo e por prevaricação, acusada de ceder o armamento ao marido e de se omitir no cumprimento de deveres funcionais.

O crime ocorreu na manhã de 11 de agosto, no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte. Segundo relatos, Renê se irritou com a presença do caminhão de lixo na rua, ameaçou a motorista do veículo e, em seguida, atirou contra Laudemir, que foi atingido no tórax e não resistiu. O acusado fugiu, mas foi preso horas depois em uma academia de alto padrão. Alguns dias após ser preso, René Júnior confessou ter matado Laudemir Fernandes.

Funcionário da empresa Localix Serviços Ambientais, Laudemir era descrito como trabalhador e pacífico. Ele deixou esposa, uma filha de 15 anos e enteadas. O caso segue sob sigilo, e o Tribunal de Justiça informou que as informações de interesse público continuarão a ser divulgadas pela assessoria de comunicação à medida que houver avanços no processo.