Julgamento do caso da família Monare é marcado e reacende esperança por justiça

Após oito anos de espera, ré acusada de provocar o acidente que matou três pessoas, será julgada no Tribunal do Júri em Araguari no dia 24 de setembro

, em Uberlândia

-

No dia 7 de outubro de 2018, a viagem de volta da família Monare, que retornava de dias de lazer em Rio Quente (GO) para Campinas (SP), terminou em tragédia. Entre Araguari e Uberlândia, na BR-050, o carro em que estavam Alessandro, Belkis e os filhos Samuel e Benjamin foi atingido por outro veículo, saiu da pista e caiu em uma ribanceira. O que parecia ser mais um acidente rodoviário comum ganhou contornos graves. A motorista do outro carro envolvido omitiu o ocorrido e seguiu viagem sem prestar socorro.

O caso só veio à tona dois dias depois, quando um caminhoneiro encontrou o pequeno Benjamin, então com 6 anos, deitado à beira da BR-050. Ele havia passado mais de 48 horas sozinho, ao lado dos corpos dos pais e do irmão Samuel. A cena comoveu a região de Araguari e rapidamente ganhou repercussão em todo o país.

Família Monare, formada por Belkis, Alessandro e os filhos Samuel e Benjamin, único sobrevivente  – Crédito: TV Paranaíba/Reprodução

A investigação da Polícia Civil (PC) apontou que o carro da família foi atingido por um veículo dirigido por Stefania Andrade Resende, que na época estava sem habilitação e, segundo testemunhas, sob efeito de álcool. A acusada não informou à concessionária da rodovia que havia outro carro envolvido no acidente, o que atrasou o socorro das vítimas.

O veículo onde a família viajava ficou caído em uma vala entre Uberlândia e Uberaba, na BR-050 – Crédito: TV Paranaíba/Reprodução

📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

Na época, um caminhoneiro encontrou o pequeno Benjamin Monare às margens da BR-050, após 48 horas do acidente.

Benjamin Monare foi o único sobrevivente do acidente, que vitimou seus pais e um irmão – Crédito: TV Paranaíba/Reprodução

O julgamento em Araguari

O processo, que passou por fases físicas e digitais, teve o júri adiado diversas vezes. Agora, a expectativa é que o Tribunal do Júri seja realizado no dia 24 de setembro, às 10h, em Araguari, quase oito anos após a tragédia.

Durante a sessão, serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa, além da ré. Ela pode ser acusada por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, ou se a conduta será classificada como homicídio culposo, quando não há intenção. A acusada responde ao processo em liberdade.

Família pede por justiça

Em entrevista ao Paranaíba Mais, a advogada Thaisa Monare, parente das vítimas, destacou a angústia da família diante da demora. “Desde que ocorreu o crime, o processo anda muito devagar. A família esperava que já tivesse sido julgado, nossa esperança é que esse júri finalmente traga justiça e paz para que todos possam seguir em frente.”

Além do processo criminal, a família paterna ainda enfrenta disputa judicial pela guarda de Benjamin Monare, que hoje vive com os avós maternos.