Homem condenado por quebrar relógio histórico é preso novamente
Decisão do STF anulou benefício concedido pela Justiça de Uberlândia e Antônio Claúdio foi preso pela Polícia Federal em Catalão (GO); advogada deixa o caso
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A volta de Antônio Cláudio Alves Ferreira ao sistema prisional ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira (20). Condenado pela destruição do relógio histórico de Dom João VI nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, ele foi preso novamente pela Polícia Federal em Catalão (GO), após o Supremo Tribunal Federal (STF) anular a decisão que o havia colocado em liberdade. A prisão aconteceu no mesmo dia em que sua advogada formalizou a saída do caso. Sem novo defensor constituído, o réu pode enfrentar os próximos desdobramentos sem representação jurídica.
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A captura foi realizada por policiais federais de Uberlândia, com apoio da Polícia Militar de Goiás e da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais (FICCO/MG). Antônio Cláudio foi levado ao Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, onde deu entrada às 22h06. Durante a operação, outro homem com mandado em aberto — e que tem parentesco com o condenado — também foi preso.
Procurada, a advogada que representava Antônio Cláudio informou à TV Paranaíba que deixou o caso e que não há outro advogado constituído. Ela disse ainda que não acredita que a família consiga contratar nova defesa, por dificuldades financeiras.
O caso teve grande repercussão após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, classificar como “manifestamente ilegal” a decisão do juiz da Vara de Execuções Penais de Uberlândia, Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, que havia concedido a progressão de regime a Antônio Cláudio. O magistrado alegou que a falta de tornozeleiras eletrônicas não poderia impedir o benefício e determinou o monitoramento por meio de lista de espera, além de medidas como recolhimento domiciliar e proibição de saída da cidade.
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A justificativa foi rapidamente rebatida pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG), que declarou haver mais de 4 mil tornozeleiras disponíveis no estado.
Para Moraes, o juiz de Uberlândia decidiu sem ter competência legal ou autorização do Supremo. O ministro destacou que Antônio Cláudio havia cumprido apenas 16% da pena, quando o mínimo exigido por lei para crimes com violência é de 25%.

Diante do ocorrido, o próprio Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) instaurou procedimento para apurar os fatos, reafirmando seu compromisso com a legalidade e com as ordens judiciais dos tribunais superiores.
A Polícia Federal não comentou sobre eventuais investigações em andamento, mas confirmou o cumprimento da ordem de prisão expedida pelo STF.