Garis fazem manifestação e pedem júri popular após confissão do empresário Renê Júnior
“Somos garis, não somos lixo”: categoria protesta e cobra julgamento de Renê Nogueira Júnior, que confessou ter atirado após discussão com gari
Garis fazem manifestação em Belo Horizonte na manhã desta quarta-feira (20), para pedir justiça pela morte de Laudemir de Souza Fernandes, assassinado durante o trabalho em 11 de agosto. O protesto, marcada por cartazes com a frase “somos garis, não somos lixo”, ocorreu após o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior confessar que disparou a arma durante discussão com o gari. Os colegas de profissão exigem que o caso vá a júri popular e que a pena não seja reduzida pela confissão.
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O ato foi realizado no bairro Vila Oeste, próximo ao local onde Laudemir de Souza e outros garis cumpriam a escala de serviço. Durante cerca de 40 minutos, os manifestantes paralisaram as atividades e cobraram atenção das autoridades.
A confissão de Renê Júnior ocorreu depois que câmeras de segurança flagraram o empresário guardando a arma utilizada horas após o disparo. Um laudo de balística confirmou que a pistola calibre .380 pertencia à esposa dele, a delegada da Polícia Civil Ana Paula Balbino Nogueira. O empresário, no entanto, alegou que o tiro foi acidental e que apenas pretendia assustar os garis.
O empresário permanece preso preventivamente e responde por homicídio duplamente qualificado, ameaça e porte ilegal de arma. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) já pediu o bloqueio de R$ 3 milhões em bens dele e de sua esposa, para garantir eventual indenização à família da vítima.
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Laudemir de Souza era considerado um funcionário exemplar, trabalhava há quase uma década para a empresa terceirizada responsável pela limpeza urbana de Belo Horizonte e havia recebido a proposta de promoção pouco antes da tragédia. Ele deixou companheira e uma filha adolescente.
Garis fazem manifestação
Entre os garis, a sensação é de indignação. Muitos afirmam temer que a confissão do empresário reduza a pena, por isso pressionam para que o julgamento seja realizado pelo Tribunal do Júri.
O caso segue em investigação pela Polícia Civil e pelo MPMG. Enquanto isso, a categoria promete novos atos até que haja uma definição sobre o julgamento.