Chamado de “vermelho” e “chupa cabra”, trabalhador será indenizado por bullying
Ex-empregado, indenizado por bullying em Barbacena, relatou que era chamado de "vermelho" pelos colaboradores e que sofria ofensas por ser ruivo
-
A Justiça do Trabalho de Minas Gerais condenou uma empresa de Barbacena a pagar R$ 3 mil em indenização por danos morais a um ex-funcionário vítima de bullying no ambiente de trabalho. Segundo o processo, o trabalhador era alvo frequente de brincadeiras ofensivas e constrangimentos públicos relacionados à sua aparência física, especialmente por ser ruivo.
Entre os apelidos usados por colegas estavam “vermelho”, “xá de mula” e “chupa cabra”, o que, de acordo com o juiz do caso, ultrapassou os limites do bom senso e do ambiente profissional saudável. A decisão foi divulgada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-MG).
📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

VEJA MAIS! Atendente de telemarketing é indenizada após ser chamada de “dublê de rico”
O ex-empregado trabalhava na marmoraria há quase quatro anos e relatou que sofreu bullying por ter a pele avermelhada e a barba e cabelo ruivos. O homem apresentou à Justiça fotos de inscrições ofensivas em uma pedra de mármore no local de trabalho. Em giz de cera, as inscrições diziam: “vermelho”, “xá de mula” e “chupa cabra”.
Testemunhas também confirmaram que o trabalhador era tratado pelos colegas pelo apelido “vermelho” e que isso o incomodava. A 2ª Vara do Trabalho de Barbacena julgou improcedente o pedido de indenização, alegando ausência de comprovação suficiente, mas a Oitava Turma do TRT mudou a decisão.
Leia Mais
Na decisão, o relator destacou que houve a comprovação do ocorrido com o trabalhador, conforme exige a responsabilidade civil no âmbito trabalhista. O desembargador também enfatizou que o empregado recebia apelidos que ressaltavam seu aspecto físico de forma negativa. Para Sércio da Silva, a falta de reclamações formais a seus chefes não negam o abalo moral sofrido.
O relator também apontou que o empregador possui poderes de direção, fiscalização e disciplina em relação aos seus subordinados. Sendo assim, cabia à empresa impedir os xingamentos e ofensas contra o empregado, zelando por um ambiente de trabalho seguro e saudável.