Caso Clara Maria: julgamento tem início hoje com protestos por justiça
Familiares e amigos protestam em frente ao Fórum Lafayette, em BH, e pedem punição severa para os acusados do assassinato da jovem
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O caso da uberlandense Clara Maria chega a uma nova etapa nesta quinta-feira (3). A Justiça realiza a primeira audiência de instrução do processo que investiga o assassinato da jovem de 21 anos, em Belo Horizonte. Os réus Thiago Schafer Sampaio e Lucas Rodrigues Pimentel, presos desde março, devem participar por videoconferência. A audiência está marcada para às 13h30 e, enquanto isso, do lado de fora do Fórum Lafayette, familiares, amigos e ativistas organizavam um protesto cobrando justiça. O crime brutal, que envolve confissões contraditórias, suspeitas de premeditação e até de vilipêndio de cadáver, teve forte repercussão social e midiática.
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A audiência de instrução do caso do assassinato de Clara Maria Venâncio Rodrigues acontece no início desta tarde no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. A jovem de 21 anos foi encontrada morta no dia 12 de março, soterrada sob concreto na casa de um dos acusados. O caso teve grande comoção pública pela brutalidade do crime e pela mobilização de amigos e familiares, que desde o início atuaram na busca pela jovem.
Do lado de fora do fórum, um grupo formado por familiares, amigos e apoiadores da causa realizou um protesto pedindo justiça e condenação exemplar dos acusados. O ato também teve como objetivo manter o caso em evidência e pressionar por uma resposta célere do Judiciário.
Clara desapareceu no dia 9 de março, após sair do trabalho em uma padaria no bairro Ouro Preto, região da Pampulha. Segundo as investigações, ela havia combinado de encontrar Thiago Schafer Sampaio, ex-colega de trabalho, que teria prometido quitar uma dívida de R$ 400 com a jovem.
No entanto, Clara não retornou para casa. Amigos decidiram acionar a polícia. Três dias depois, o corpo foi localizado, enterrado sob concreto úmido na casa de Thiago. O laudo pericial indicou esganadura com golpe conhecido como “mata-leão”.
Acusados deram versões diferentes
Thiago Schafer Sampaio, de 27 anos, estudante de odontologia, e Lucas Rodrigues Pimentel, 29, também conhecido da vítima, foram presos e confessaram o crime, mas apresentaram versões conflitantes. Thiago afirmou que Lucas teria se descontrolado após ser repreendido por Clara por fazer uma saudação nazista. Já Lucas disse que Thiago planejou o assassinato para roubar dinheiro da conta da jovem.
A polícia investiga se o caso Clara Maria foi um crime premeditado, motivado por ciúmes, vingança e até mesmo práticas sexuais violentas, incluindo suspeita de necrofilia.
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Reação dos familiares e da defesa
Para a advogada da família da vítima, Sarah Ohnu, o caso reúne múltiplas qualificações. “Esperamos pena justa, mas alta, compatível com a brutalidade do crime que eles cometeram. Feminicídio, ocultação de cadáver, vilipêndio de cadáver, abuso de animal doméstico e tentativa de furto são as qualificadoras”, afirmou.
Ela também comentou sobre o formato da audiência: “Tudo indica que os réus participarão de forma online no julgamento de hoje.” A advogada acredita que a audiência foi marcada com rapidez devido ao impacto social do caso. “A brutalidade do crime, o choque que causou na sociedade e a repercussão midiática e social influenciaram para que o processo tivesse celeridade”.
Júlia, melhor amiga de Clara há 11 anos, revelou que Thiago Schafer já havia demonstrado interesse na jovem anteriormente. “Ele disse que queria pagar a dívida justamente um dia depois de vê-la com o namorado. Acredito que usar isso como pretexto foi uma forma de atrair a Clara e matá-la”, contou.
Sobre Clara Maria
Natural de Uberlândia, Clara Maria se mudou para Belo Horizonte em busca de independência e novas oportunidades. Trabalhava como auxiliar de cozinha em uma padaria artesanal da região da Pampulha. Colegas de trabalho a descrevem como carismática, responsável e muito querida. O julgamento começa hoje com expectativa de que novos desdobramentos ocorram nas próximas semanas.