Após um ano preso, ex-PM de Uberlândia envolvido no ‘8 de Janeiro’ vai para prisão domiciliar
Marco Alexandre foi solto por decisão do ministro Alexandre de Moraes e usará tornozeleira eletrônica, com restrições judiciais
O ex-policial militar Marco Alexandre Machado de Araújo, de 55 anos, residente em Uberlândia, deixou o presídio da Papuda, em Brasília, para cumprir prisão domiciliar. A decisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e atende a um pedido da defesa, que argumentou que o réu não representa mais risco ao andamento do processo.

Marco Alexandre é réu no STF por envolvimento nos atos de 8 de Janeiro, que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. Ele foi preso em abril de 2023, durante a operação Lesa Pátria da Polícia Federal. A decisão de soltura foi expedida na sexta-feira (11) e, segundo a Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (ASFAV), ele retornou para casa no sábado (12).
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Apesar de ter nascido em Belo Horizonte, Marco Alexandre morava em Uberlândia antes da prisão e responde a processos também na cidade. Um deles tramita na Vara de Violência Doméstica e Familiar e corre em segredo de Justiça.
Entre as medidas cautelares impostas por Moraes, estão o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, a proibição de acessar ou utilizar redes sociais — mesmo por meio de terceiros — e a restrição de contato com outros investigados. Também não poderá conceder entrevistas sem autorização do Supremo.
A ação penal contra ele está em fase final no STF, com as alegações finais já apresentadas tanto pela Procuradoria-Geral da República quanto pela defesa. Marco Alexandre é acusado de crimes como associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
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Na defesa apresentada à Corte, os advogados argumentam que a simples presença do ex-PM na Praça dos Três Poderes, no dia dos atos, não seria suficiente para justificar uma condenação. Em outras manifestações, a defesa chegou a afirmar que ele foi “mais um alienado que caiu nas ilusões de um ex-chefe de Estado com fantasias lunáticas”.
Além da ação no STF, a ficha criminal do ex-policial inclui passagens por crimes como estupro de vulnerável, ameaça e envolvimento com grupos investigados por homicídios em Uberlândia. Parte desses processos foi arquivada, e em um deles ele foi absolvido por ausência de depoimentos das supostas vítimas. Mesmo com esse histórico, como não possui condenações definitivas, Marco Alexandre é considerado réu primário.
O julgamento do processo no Supremo ainda não tem data marcada.