Acusados de matar Clara Maria vão a júri popular em Belo Horizonte
Juíza rejeita pedido de insanidade mental e mantém prisão preventiva dos réus acusados de feminicídio
O processo envolvendo o assassinato da uberlandense Clara Maria Venâncio Rodrigues, de 21 anos, ganhou novos desdobramentos nesta semana. A juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza, do 1º Tribunal do Júri da Comarca de Belo Horizonte, determinou que os dois acusados do crime sejam levados a julgamento popular. Até o momento, o júri popular ainda não tem data definida.
Além disso, a magistrada rejeitou o pedido de exame de insanidade mental feito pela defesa de Thiago Schafer Sampaio, um dos réus, mantendo válida a prisão preventiva de ambos.

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Atualizações do julgamento
Segundo a decisão publicada no site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a pronúncia confirma que há provas suficientes para que os acusados respondam por feminicídio qualificado e crimes conexos, como vilipêndio e ocultação de cadáver, abuso de animal doméstico e tentativa de fraude utilizando o celular da vítima.
A defesa havia solicitado a impronúncia ou a desclassificação do crime para homicídio simples, além da nulidade de provas sob alegação de invasão domiciliar e, ainda, a realização de um exame psiquiátrico. Todos os pedidos foram rejeitados pela magistrada, que destacou a legitimidade da prisão em flagrante e a validade das provas coletadas.
O processo segue agora para a fase final de alegações das partes, com o Tribunal do Júri responsável por analisar a culpabilidade dos réus.

Relembre o caso Clara Maria
O crime ocorreu em 9 de março de 2025, no bairro Ouro Preto, em Belo Horizonte. Clara Maria saiu de casa para cobrar uma dívida de R$ 400 de um ex-colega de trabalho em uma padaria. A jovem pretendia encontrar o rapaz em local público, mas acabou sendo convencida a ir até a residência dele, onde foi morta por asfixia, por meio de um golpe “mata-leão” e sufocamento com um pano.

Após três dias desaparecida, em 12 de março, a Polícia Civil encontrou o corpo da vítima enterrado e concretado no quintal da casa do acusado. Os suspeitos foram presos em flagrante e, em depoimento, confessaram participação no crime. Durante as investigações, surgiram indícios de que o assassinato teria sido motivado não apenas pela dívida, mas também por ódio de gênero e rancor pessoal, já que um dos acusados teria tido investidas amorosas rejeitadas e o outro havia sido repreendido pela vítima por fazer apologia ao nazismo.