Separação gera disputa judicial por posse de bebê reborn

Caso inusitado envolve disputa por bebê reborn e perfil nas redes sociais que gera renda com publicidade

, em Uberlândia

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A febre das bonecas hiper-realistas tratadas por muitos como verdadeiros membros da família, chegou aos tribunais. Em um caso que foge dos conflitos tradicionais de separações conjugais, um casal agora disputa na Justiça a propriedade de bebê reborn e o controle de um perfil no Instagram que, além de milhares de seguidores, gera renda com contratos publicitários.

Separação termina em disputa por guarda de bebê reborn e Instagram que gera renda
Separação termina em disputa por posse de bebê reborn e Instagram que gera renda. Crédito: Reprodução Freepik

Os bebês reborn se tornaram um fenômeno cultural e comercial no Brasil. Com feições e características extremamente realistas, como peso, textura de pele, cheirinho e até veias pintadas à mão, essas bonecas chamam atenção por sua aparência quase idêntica à de um recém-nascido de verdade. Não à toa, os preços são altos, uma única boneca pode ultrapassar os R$ 13 mil.

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Partilha do bebê reborn gera conflito

Com tamanho apelo emocional e visual, não é surpresa que os perfis dedicados às reborns estejam ganhando visibilidade e rentabilidade nas redes sociais.

Foi o caso de um casal, cuja boneca passou a reunir seguidores e atrair parcerias publicitárias por meio de um perfil no Instagram. A disputa pelo controle da conta e pela posse da boneca levou uma das partes a buscar apoio jurídico após a separação, conforme a advogada Suzana Ferreira.

Segundo relato da advogada Suzana Ferreira, responsável por atender uma das partes, a disputa ganhou contornos emocionais e patrimoniais.

O casal, que durante a relação montou um enxoval completo para a boneca e desenvolveu um vínculo simbólico, agora enfrenta a decisão de quem ficará a “guarda” da bebê reborn e, principalmente, quem continuará administrando o perfil digital, que gera lucros reais.

“Uma das partes me procurou para tentar formalizar a convivência com a bebê reborn, que foi tratada como membro da família. Há um forte apego emocional envolvido e, segundo ela, simplesmente substituí-la por outra boneca não é uma solução viável”, explica a Suzana Ferreira em um vídeo nas redes sociais.

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Desafios para o Judiciário em tempos digitais

Suzana destaca que o caso revela novas frentes de conflito em tempos digitais, levantando questionamentos sobre o preparo do sistema judiciário para demandas que envolvem relações afetivas simbólicas e bens digitais.

Essa é uma das primeiras vezes em que uma boneca reborn entra na equação como elo afetivo central da disputa.

“Pode parecer um absurdo à primeira vista, mas são questões reais e cada vez mais comuns no universo online. A Justiça terá que encontrar respostas.” considera a advogada em um vídeo viralizado em suas redes sociais.