Quem descartou o caixão em ecoponto de Araxá? Caso inusitado gera investigação
Funerária da cidade admitiu que funcionários agiram sem autorização; Polícia Civil fará perícia na urna funerária, que não teria sido usada
Um caixão foi encontrado entre entulhos descartados em um ecoponto de Araxá, no Alto Paranaíba, e o caso inusitado vem gerando repercussão e apuração por parte das autoridades. A situação chamou a atenção da população após imagens do descarte circularem nas redes sociais, mostrando várias pessoas retirando materiais de um veículo e, entre eles, um caixão. O caso ocorreu no último fim de semana e já está sendo investigado. Veja o vídeo:
A prefeitura de Araxá identificou os responsáveis e confirmou que o descarte foi feito de forma irregular por funcionários de uma funerária da cidade. A secretária de Serviços Urbanos, Anna Tereza Ávila, explicou que o local é destinado apenas para o descarte de resíduos de construção civil e restos de poda, não sendo permitido o despejo de objetos como urnas funerárias.
“O caixão foi deixado num ponto que é exclusivo para RCC, que são restos de construção civil de pequenos geradores. Não é lugar para esse tipo de material. Já acionamos a Polícia Ambiental e a urna será periciada pela Polícia Civil para verificar se houve uso anterior”, afirmou a secretária.
A funerária responsável, que preferiu não se identificar, informou por meio de nota que o caixão havia sido danificado e que os colaboradores envolvidos no descarte agiram por conta própria, sem consentimento da direção da empresa. A nota destaca que o objeto nunca foi utilizado em velórios.
Mesmo assim, a empresa pode ser responsabilizada administrativamente. Segundo Anna Tereza, a notificação deve ser emitida pelo Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de Araxá (IPDSA), que é o órgão municipal com autoridade para multar e tomar providências contra esse tipo de irregularidade.
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Além da atuação imediata das secretarias municipais, a Prefeitura informou que está construindo uma guarita no ecoponto para reforçar a fiscalização no local. A proposta é controlar o acesso, limitar horários de funcionamento e garantir que apenas resíduos permitidos sejam descartados ali.
“A medida vai permitir o monitoramento em tempo real, com a presença de um servidor público, e vai coibir situações como essa, que infelizmente se repetem com frequência com outros tipos de lixo também”, ressaltou a secretária.
Vale lembrar que o descarte irregular de caixão não é comum e causa estranheza justamente por envolver um item geralmente associado à morte. A reportagem do Paranaíba Mais consultou duas funerárias de Uberlândia, que informaram que só comercializam urnas mediante apresentação de atestado de óbito, justamente para evitar esse tipo de situação.
O caso agora está sob investigação da Polícia Civil, que realizará a perícia para confirmar se, de fato, o caixão nunca foi utilizado. A depender do resultado, outras medidas legais poderão ser adotadas.