Padre de Minas se recusa a batizar bonecas reborn e recomenda ajuda psicológica
Em publicação feita nas redes sociais com mais de 3,7 milhões de seguidores, o sacerdote destacou que solicitação foge da prática católica e sugeriu que os casos sejam encaminhados à psiquiatria
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O padre Chrystian Shankar, da Diocese de Divinópolis (MG), voltou a gerar repercussão nas redes sociais ao afirmar que não realizará batismos ou outros ritos religiosos em bonecas reborn, réplicas hiper-realistas de recém-nascidos. Em publicação feita em seu perfil no Instagram, que conta com mais de 3,7 milhões de seguidores, o sacerdote destacou que esse tipo de solicitação foge da prática católica e sugeriu que os casos sejam encaminhados à psicologia ou psiquiatria.

Após a viralização das bonecas reborn, que já protagonizaram até disputas judiciais por “guarda”, um novo episódio envolvendo o tema voltou a chamar atenção nas redes sociais.
Chrystian Shankar, reitor do Santuário São Frei Galvão, afirmou que solicitações de batismo de bebês reborn e situações relacionadas devem ser direcionadas a profissionais de saúde mental ou “ao fabricante da boneca”.
“Não estou realizando batizados para bonecas reborn ‘recém-nascidas’. Nem atendo ‘mães’ de boneca reborn que buscam por catequese. Nem celebrando missa de Primeira Comunhão para crianças reborn. Nem oração de libertação para bebê possuído por um espírito reborn. E, por fim, nem missa de Sétimo Dia para reborn que arriou a bateria”, escreveu o padre, em tom irônico.
A declaração viralizou e recebeu apoio de muitos fiéis e por outro lado críticas de artesãs e donas de bonecas reborns.
Propostas chegam na Câmara dos Deputados
O debate sobre o uso de bonecas hiper-realistas chegou na Assembleia Legislativa (ALMG) e na Câmara dos Deputados, após parlamentares apresentarem projetos de lei com o objetivo de limitar benefícios e atendimentos destinados às chamadas “mães de reborn”.
Um projeto de lei apresentado pelo deputado estadual de Minas Gerais, Cristiano Caporezzo, provocou debate e polêmica nas redes sociais com a pretensão de proibir o acesso de bonecas reborn ou qualquer objeto inanimado a serviços públicos em todo o estado.
A medida prevê ainda multas de até 10 vezes o valor do serviço indevidamente utilizado, com a arrecadação destinada ao tratamento de pessoas com transtornos mentais.
Um dos textos, o PL 2.326/2025, de autoria do deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), proíbe que profissionais da saúde — tanto do SUS quanto da rede privada — realizem simulações de atendimento clínico com bonecos reborn.
Já o PL 2.320/2025, do deputado Dr. Zacharias Calil (União Brasil-GO), prevê sanções administrativas para pessoas que tentarem obter vantagens, como atendimento preferencial, utilizando essas bonecas.
A deputada Rosângela Moro (União Brasil-SP) propôs ainda o PL 2.323/2025, que sugere a criação de mecanismos de acolhimento psicossocial para indivíduos que mantenham vínculos afetivos com bonecos reborn.
As propostas geraram polêmica e levantaram discussões sobre saúde mental, liberdade individual e os limites entre afeto simbólico e práticas sociais.