Julgamento pela morte de Maradona começa nesta terça (11) na Argentina
Profissionais de saúde enfrentam acusações de homicídio simples com dolo eventual; caso mobiliza emoções no país; penas podem chegar a 25 anos
O julgamento dos sete profissionais de saúde acusados de negligência na morte de Diego Armando Maradona, ídolo do futebol argentino, começou nesta terça-feira (11) no Tribunal de San Isidro, a cerca de 30 quilômetros de Buenos Aires.
Quatro anos após o falecimento do craque, em 25 de novembro de 2020, os réus respondem por “homicídio simples com dolo eventual” — quando há consciência de que a falta de cuidado pode levar à morte. Se condenados, as penas podem variar de 8 a 25 anos de prisão.
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No banco dos réus estão o neurocirurgião Leopoldo Luque, a psiquiatra Agustina Cosachov, o psicólogo Carlos Díaz, a coordenadora médica Nancy Forlini, o coordenador de enfermagem Mariano Perroni, o médico Pedro Pablo Di Spagna e o enfermeiro Ricardo Almirón.
A acusação aponta que eles agiram de forma “inadequada, deficiente e imprudente” no tratamento do ex-jogador, que morreu aos 60 anos após uma parada cardiorrespiratória.
O caso e a Justiça
Maradona faleceu em uma casa alugada em Tigre, na região metropolitana de Buenos Aires, onde se recuperava de uma cirurgia na cabeça devido a um acidente doméstico.
Segundo os promotores, o astro foi submetido a um tratamento domiciliar negligente e passou por “12 horas de agonia” antes de falecer. Uma junta médica, em 2021, concluiu que ele poderia ter sobrevivido com cuidados adequados.
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A Justiça argentina decidiu levar os sete profissionais a julgamento em abril de 2023, após a Câmara de Apelações de San Isidro apontar “ações e omissões defeituosas” que contribuíram diretamente para a morte de Maradona. A acusação sustenta que os réus sabiam dos riscos, mas ignoraram protocolos médicos essenciais.
O julgamento, que deve se estender até julho, contará com 120 testemunhas, incluindo familiares, médicos, peritos, amigos e jornalistas.