‘Isso não é uma piada’, diz Léo Lins sobre uso de Wikipédia em sua condenação

O humorista se pronunciou após ser condenado a mais de 8 anos de prisão e ao pagamento de uma multa de quase R$ 2 milhões por piadas consideradas discriminatórias

, em Uberlândia

-

O humorista Léo Lins se pronunciou após ser condenado a mais de oito anos de prisão e ao pagamento de uma multa de quase R$ 2 milhões por piadas consideradas discriminatórias em seu show. Em vídeo publicado em seu canal no YouTube na noite desta quinta-feira (5), ele classificou a decisão como “pesada” e questionou os fundamentos utilizados pela juíza, destacando o uso da Wikipédia como base teórica.

Após condenação, Léo Lins critica e questiona fundamentos de decisão judicial
Após condenação, Léo Lins critica e questiona fundamentos de decisão judicial. Crédito: Youtube Léo Lins/ Reprodução

Segundo Lins, um dos elementos citados na decisão comprometeria a seriedade do julgamento. “Sabe qual foi um dos embasamentos teóricos da juíza que me condenou a mais de 8 anos de cadeia? A Wikipédia. E isso não é uma piada”, afirmou o humorista.

📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

Ele comparou a situação a um julgamento de homicídio baseado na enciclopédia online, ressaltando que a própria plataforma alerta que não é uma fonte primária.

Para o comediante, o caso reflete uma “epidemia de cegueira racional”, onde as decisões judiciais estariam sendo guiadas pela emoção, e não pela lógica ou pelo direito.

Lins também criticou o fato de a sentença, em sua interpretação, ignorar a distinção entre a pessoa e a “persona cômica” interpretada no palco, mesmo havendo “texto, edição, cenário, figurino e palco”, segundo o artista.

×

Leia Mais

O humorista ainda apontou no vídeo um trecho da sentença que sugere que “mesmo que fosse um personagem ainda assim há crime”, levantando a questão se isso implicaria na prisão de outros personagens.

De acordo com Léo Lins, o promotor perguntou se ele já havia considerado que as pessoas de minorias (negros, gays, pessoas com deficiência) que o apoiavam poderiam ser uma “minoria dentro da minoria”.

Lins afirmou ter respondido questionando se o objetivo do processo não era o respeito às minorias e se essa “minoria” seria tão pequena a ponto de não merecer respeito, argumentando que, em seu julgamento, havia mais pessoas de minorias ao lado dele do que contra ele.

Ele acrescentou que, “em nome da defesa das minorias”, a juíza teria ignorado a opinião dessas minorias. A defesa de Léo Lins informou que irá recorrer da sentença.