Giorgio Armani: o legado do estilista que levou a moda italiana ao patamar global
Grupo Armani anunciou nesta quinta-feira (4) a morte de seu fundador, de 91 anos, lembrado como o motor criativo da grife
-
O mundo da moda perdeu um de seus maiores nomes. Giorgio Armani, estilista italiano responsável por levar a elegância do design italiano a um patamar global, faleceu aos 91 anos, conforme confirmou o Grupo Armani nesta quinta-feira (4).

Segundo comunicado oficial da empresa, Armani estava cercado pela família no momento de sua partida. A nota destacou que ele “permaneceu incansável até o fim”, dedicando-se ao trabalho, às coleções e aos projetos futuros, mesmo diante das limitações de saúde que o afastaram da Semana de Moda Masculina de Milão em junho.
📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp
Legado do estilista Giorgio Armani
Nascido em 11 de julho de 1934, na província de Placência, ao norte da Itália, Armani chegou a ingressar na faculdade de Medicina da Universidade de Milão e serviu o exército italiano em 1957. Mais tarde, trabalhou como vendedor em uma loja de departamentos antes de ingressar na moda como designer da marca Nino Cerruti, na década de 1960. Sua carreira também passou por Emanuel Ungaro até que, nos anos 1970, decidiu empreender seu próprio caminho.
Armani iniciou sua jornada na moda em 1975, ao fundar, junto com Sergio Galeotti, a Giorgio Armani SpA. Apenas três anos depois, já conquistava Hollywood: Diane Keaton vestia um de seus looks ao receber o Oscar de Melhor Atriz em 1978, e Richard Gere eternizou sua alfaiataria refinada em Gigolô Americano (1980).
Desde então, seu nome tornou-se sinônimo de sofisticação discreta, com um estilo minimalista que redefiniu o vestuário tanto masculino quanto feminino. O estilista também quebrou padrões de gênero, sobretudo ao introduzir cortes de alfaiataria femininos que mesclavam poder e elegância, sendo considerado um precursor do design andrógino.
Leia Mais
Fortuna e notoriedade
Ao longo de cinco décadas, Armani construiu uma das maiores fortunas do setor. Segundo a revista Forbes, o estilista acumulava um patrimônio líquido estimado em US$ 12,1 bilhões (cerca de R$ 65 bilhões), ocupando a 231ª posição no ranking global de bilionários.
Armani era o único proprietário do grupo que leva seu nome, característica que lhe permitiu manter controle absoluto sobre a empresa, fator decisivo para figurar entre os raros estilistas bilionários do mundo.
A influência de Armani ultrapassava as passarelas. O conglomerado se expandiu para perfumes, cosméticos, acessórios, design de interiores, imóveis, restaurantes e hotéis. O estilista também era dono do time de basquete Olimpia Milano e firmou contratos para desenvolver uniformes das delegações olímpicas e paralímpicas da Itália.
Último adeus
Nas redes sociais, perfis oficiais do grupo publicaram homenagens ressaltando o papel de Armani como criador e motor da marca que leva seu nome. “Com profunda tristeza, o Grupo Armani anuncia a morte de seu fundador e visionário”, diz o comunicado.
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, lamentou a morte do estilista, chamando-o de “um símbolo do melhor da Itália”. Em nota publicada no X (antigo Twitter), ela destacou:
“Com sua elegância, sobriedade e criatividade, Armani iluminou a moda italiana e inspirou o mundo. Um ícone, um trabalhador incansável. Obrigada por tudo.”
De acordo com o Grupo Armani, uma câmara ardente será aberta em Milão no fim de semana para homenagens públicas. O funeral, no entanto, será restrito à família, em respeito aos desejos do estilista.