Fofoca em Conceição das Alagoas gera falsas acusações sobre ‘lar social’; uma pessoa foi presa

Entenda como as postagens de um perfil de fofocas trouxeram graves consequências para uma instituição e moradores de Conceição das Alagoas

, em Uberlândia

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Uma operação da Polícia Civil de Conceição das Alagoas resultou na prisão da administradora de um perfil de fofocas, no dia 10 de setembro, além de expor a intimidade de moradores, causou sérios prejuízos a uma instituição social. O perfil, que tinha como foco a divulgação de rumores e boatos, chegou a acusar o Lar da Criança Vitorino Francisco Rodrigues de maus-tratos, além de fazer acusações sobre a sexualidade de moradores da cidade.

Postagem que atacava o Lar da Criança Vitorino Francisco Rodrigues –  Crédito: Reprodução/Redes Sociais

O Lar da Criança Vitorino Francisco Rodrigues, que acolhe crianças e jovens em situação de vulnerabilidade, foi um dos alvos mais graves da boataria. A postagem do perfil, que acusava a instituição de violência contra uma criança com deficiência, teve um impacto imediato e negativo: a arrecadação de doações, que vinha por meio de uma rifa, cessou com a desconfiança da população.

“”Eu não seguia esse perfil, mas no dia (da publicação) recebi mais de dez prints”, disse o vice-presidente da instituição, João Paulo Araroliss. “Tiveram pessoas que perguntaram o que havia acontecido, outras perguntaram se tínhamos permitido isso e se não fazíamos nada.”

A advogada do Lar, Mariana Pires, confirmou que as acusações não tinham fundamento. “Não sabemos de onde isso foi tirado. Não existiu o fato”, afirmou. As denúncias chegaram ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que arquivou o caso. “Houve uma denúncia no Disque 100, mas também houve o arquivamento. Temos o termo da promotoria sobre o arquivamento.”

Essa situação se tornou ainda mais grave porque o Lar passou por uma intervenção pública recente e, desde dezembro de 2024, conta com uma nova diretoria. Devido aos prejuízos morais e financeiros causados, a diretoria analisa acionar a mulher na Justiça. “Estudamos a apresentação de uma queixa-crime”, disse a advogada.

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Exposição e prejuízo pessoal

Além do Lar, a administradora do perfil expôs a intimidade de diversos moradores. Um deles, que preferiu não se identificar, contou que seu local de trabalho foi exposto para identificá-lo em uma publicação. No post, a autora da fofoca afirmava que ele teria tido um relacionamento com outro homem em uma festa da cidade.

“Eu me pergunto se alguém mandou isso para a dona do perfil ou se ela só inventou. Era uma mentira com a qual ela não ganhou nada”, desabafou a vítima. “Isso trouxe constrangimento e chacotas. Conceição das Alagoas é uma cidade pequena, acaba afetando o seu trabalho e te traz prejuízo.”

O morador não buscou retratação diretamente com a mulher, mas considera processá-la. Ele destacou que a polêmica trouxe problemas para muitas pessoas na cidade.

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Prisão por extorsão

A investigação da Polícia Civil revelou que a mulher pedia e recebia dinheiro para remover as postagens com fofocas. Segundo o delegado Bruno Vinícius, a boataria variava desde casos de irrelevância, como afirmar que uma das vítimas tinha mau cheiro, a ofensas sexuais ou sobre traições, que resultaram na separação de pelo menos dois casais. A prisão ocorreu no âmbito de uma operação por extorsão, mostrando que a atividade não se limitava apenas à fofoca, mas era usada para obter vantagens financeiras.