Fiança de R$ 25 milhões: dono da Ultrafarma e diretor da Fast Shop deixam prisão em São Paulo
Auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto é apontado como principal operador do esquema de propina, acusado de receber cerca de R$ 1 bilhão por meio da empresa Smart Tax
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Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, executivo da Fast Shop, foram libertados na tarde desta sexta-feira (15), após o pagamento de fiança no valor de R$ 25 milhões e a imposição de outras medidas cautelares. Entre as exigências, estão o uso de tornozeleira eletrônica e a entrega dos passaportes. O juiz que determinou a soltura justificou o valor da fiança considerando o “altíssimo poder econômico dos requeridos e a gravidade concreta, além do provável prejuízo aos cofres públicos”. O pagamento deveria ocorrer em até cinco dias.
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Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), as medidas cautelares foram consideradas suficientes para evitar fuga, dispensando a renovação da prisão temporária dos empresários. Qualquer violação das condições impostas poderá resultar na decretação de nova prisão. Sidney Oliveira e Mário Otávio haviam sido detidos na última quarta-feira (12), durante a Operação Ícaro, deflagrada pelo Gedec contra um esquema de propina para auditores fiscais da Secretaria da Fazenda, envolvendo a antecipação de créditos fiscais para empresas.
Esquema de propina e outros envolvidos
O auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto é apontado como principal operador do esquema, acusado de receber cerca de R$ 1 bilhão por meio da empresa Smart Tax, registrada no nome de sua mãe. O MPSP destaca que a evolução patrimonial da mãe de Artur passou de R$ 411 mil para R$ 2 bilhões entre 2023 e 2025. Além da Ultrafarma e da Fast Shop, outras redes varejistas, como Oxxo e Kalunga, são citadas como suspeitas de participação no esquema de corrupção fiscal.
Prisões e bens apreendidos
Em Alphaville, Celso Eder Gonzaga de Araújo e sua esposa Tatiane da Conceição Lopes de Araújo foram presos, com a apreensão de R$ 1,2 milhão, R$ 200 mil em criptomoedas, US$ 10,7 mil, relógios avaliados em R$ 8 milhões e 1.590 euros. Tatiane teve direito à prisão domiciliar, enquanto Celso permaneceu detido. Já Artur Gomes teve a prisão temporária renovada por cinco dias, atendendo pedido do MPSP.
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Defesa e posicionamento
A Ultrafarma divulgou nota afirmando que está colaborando com as investigações e que “as informações veiculadas serão devidamente esclarecidas no decorrer do processo, demonstrando a inocência dos envolvidos ao longo da instrução”.