Explosões solares atingem a Terra e provocam apagões; mais erupções são esperadas

A radiação gerada atingiu a Terra em oito minutos, causando apagões nas comunicações de rádio em ondas curtas

, em Uberlândia

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Uma grande mancha solar apontada diretamente para a Terra se tornou, nos últimos dias, uma fonte de explosões solares. Em menos de 24 horas, essa região do Sol liberou erupções, incluindo eventos de classe M, considerados de intensidade moderada  e outros menores, da classe C.

Representação de explosões solares que causaram apagões na Terra
Representação de explosões solares que causaram apagões na Terra – Crédito; Freepik/ Reprodução

A mais forte delas ocorreu no último domingo (15), às 15h25 (horário de Brasília), quando a explosão atingiu o nível M8.46, muito próximo de ser classificada como X, que representa a categoria mais potente desse tipo de fenômeno.

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O que são explosões solares?

As erupções solares acontecem quando há liberação súbita de energia acumulada nos campos magnéticos da atmosfera do Sol. São classificadas em uma escala que vai de A (as mais fracas) até X (as mais fortes). A categoria M, como a registrada no domingo, é 10 vezes menos intensa que X, mas ainda assim suficiente para provocar impactos na Terra.

O número que acompanha a letra indica a força dentro da classe. Portanto, uma M8.46 está muito próxima de ser uma X1, por exemplo.

As manchas solares 4114 e 4115 entraram em erupção em rápida sucessão em 17 de junho, produzindo juntas uma explosão solar de classe X1.2 (2149 UTC).
As manchas solares 4114 e 4115 entraram em erupção em rápida sucessão em 17 de junho, produzindo juntas uma explosão solar de classe X1.2 (2149 UTC) – Crédito: SpaceWeather/Reprodução.

Impacto imediato na Terra

Como a radiação gerada viaja na velocidade da luz, ela alcançou o planeta em cerca de oito minutos. O efeito foi imediato, ionização da alta atmosfera e apagões nas comunicações de rádio em ondas curtas, especialmente sobre a América do Norte, que estava voltada para o Sol no momento da explosão.

Além disso, especialistas alertam que essa instabilidade solar pode persistir nos próximos dias. Na manhã de segunda-feira (16), outra explosão foi registrada, desta vez de classe M6.4, na mesma mancha solar (identificada como AR4114).

Cientistas seguem monitorando possíveis novas explosões nos próximos dias. Caso ocorram eventos da classe X, os impactos podem ser ainda mais severos, afetando comunicações, GPS, sistemas de navegação e até redes de energia elétrica em algumas regiões.

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Nuvem de plasma a caminho 

Além da radiação, a explosão do domingo também provocou uma ejeção de massa coronal (CME), uma imensa bolha de plasma e campo magnético que se espalha pelo espaço.

De acordo com o site especializado Spaceweather.com, parte dessa nuvem está a caminho da Terra. As previsões indicam que um dos flancos da CME pode atingir o planeta nesta quarta-feira (18).

Embora o núcleo da nuvem carregue a maior energia, os flancos, mesmo mais fracos, podem gerar efeitos, como tempestades geomagnéticas, flutuações em redes elétricas, falhas em satélites e aumento nas auroras polares, que podem ser vistas em regiões mais ao norte ou ao sul do globo.