Deputado de MG propõe lei para proibir atendimento público a bonecas reborn

Um projeto de lei apresentado pelo deputado estadual de Minas Gerais, Cristiano Caporezzo, provocou debate e polêmica nas redes sociais. A proposta pretende proibir o acesso de bonecas reborn ou qualquer objeto inanimado a serviços públicos em todo o estado. A medida prevê ainda multas de até 10 vezes o valor do serviço indevidamente utilizado, com a arrecadação destinada ao tratamento de pessoas com transtornos mentais.

A justificativa do deputado veio a público por meio de um vídeo divulgado em seu perfil oficial. Nele, Cristiano Caporezzo afirma que o projeto surgiu a partir de “fatos reais” e critica o que classifica como uma “realidade paralela” provocada pelo uso das bonecas hiper-realistas.

📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

“Baseado em fatos reais, eu preciso me posicionar com relação a essa loucura que estamos vendo com os bebês reborn. Esse tumulto em torno do boneco, diz muito sobre a nossa sociedade. É alarmante ver o quanto as pessoas se sentem solitárias e desconectadas, buscando a fuga da realidade e tentando suprir seus vazios com esse tipo de brinquedo de madame”, declarou.

O parlamentar ainda afirmou que, embora valorize o trabalho artístico por trás das bonecas, a prática de levá-las para atendimento público representa um desvio de finalidade dos serviços. “Quando isso se transforma em uma fuga emocional, criando uma realidade paralela que sobrecarrega os nossos serviços públicos, alguém precisa dar um basta!”, completou Caporezzo.

O que são bonecas reborn?

As bonecas reborn são modelos hiper-realistas produzidos artesanalmente com materiais que simulam a pele, peso e até cheiros de um recém-nascido. Originalmente, eram voltadas ao colecionismo e à arte.

No entanto, nos últimos anos, tornaram-se populares entre adultos. Atualmente, pode ser feito de acordo com o gosto do cliente, que escolhe o gênero, a cor da pele, dos olhos, do cabelo e até o peso e uma única peça pode custar mais de R$ 13 mil.

Em alguns casos, houve relatos de pessoas levando os reborns para atendimentos em unidades de saúde ou utilizando benefícios públicos, como vagas preferenciais.

Repercussão

A proposta dividiu opiniões. Enquanto alguns usuários nas redes apoiaram a medida, alegando uso indevido dos serviços públicos, outros classificaram a fala do deputado como insensível e estigmatizante para pessoas que utilizam as bonecas como parte de tratamentos psicológicos.

A tramitação do projeto ainda está em fase inicial e deve ser analisada pelas comissões da Assembleia Legislativa antes de seguir para votação.