CFM proíbe anestesia para tatuagem estética em todo o Brasil
Nova resolução veta o uso de sedação, anestesia geral ou bloqueios para fins estéticos, mesmo quando solicitados pelo paciente
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O uso de anestesia para tatuagem estética está oficialmente proibido em todo o Brasil. A determinação é do Conselho Federal de Medicina (CFM), que publicou a Resolução nº 2.436/2025 nesta segunda-feira (28), no Diário Oficial da União. A norma impede que médicos realizem sedação, anestesia geral ou bloqueios anestésicos periféricos em procedimentos com finalidade puramente estética.
A exceção à nova regra só se aplica a tatuagens com finalidade reparadora, como nos casos pós-cirúrgicos, desde que haja indicação clínica documentada e respaldo científico para o uso do ato anestésico.

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Medida vem após casos de celebridades que se submeteram à sedação
A decisão do Conselho de Medicina surge em um momento em que a prática vinha ganhando visibilidade, inclusive entre famosos. O cantor Igor Kannário afirmou já ter sido sedado para fechar o corpo com tatuagens em uma única sessão. A influenciadora Rafaella Santos, irmã de Neymar, também usou o método, assim como o funkeiro MC Cabelinho, que revelou ter sido entubado e anestesiado por 8 horas para tatuar as costas.
O alerta veio após um caso grave em Santa Catarina, no início do ano, em que um homem foi anestesiado fora de um hospital durante uma sessão de tatuagem e teve complicações.
Os riscos por trás da anestesia fora do ambiente hospitalar
Segundo especialistas, o uso de anestesia geral e sedação profunda requer equipamentos específicos e equipe treinada para monitorar a respiração, pressão arterial e batimentos cardíacos. A medicação, quando mal administrada, pode provocar:
- Hipóxia (falta de oxigênio no corpo)
- Broncoaspiração (inalação de conteúdo estomacal pelos pulmões)
- Arritmias e queda de pressão
- Crises alérgicas ou respiratórias
Além disso, procedimentos longos, como tatuagens que duram horas, demandam mais fármacos, o que aumenta os riscos.
Anestesia para tatuagem estética não é prática segura, alerta Conselho
O CFM reforça que o uso de anestesia é um procedimento médico sério, que deve ser limitado a ambientes adequados e com justificação clínica. Mesmo que o paciente solicite sedação, o médico está proibido de realizá-la para fins estéticos, sob risco de sanções éticas. A resolução já entrou em vigor e será fiscalizada pelos Conselhos Regionais de Medicina em todo o país.