Sem lances em leilão, futuro do Hotel Colombo, em Araxá, permanece incerto

O leilão do centenário Hotel Colombo, um dos marcos históricos de Araxá, terminou sem receber sequer uma proposta. Realizado de forma eletrônica com lance mínimo estipulado em R$ 2.665.250, o certame encerrou na última semana frustrando as expectativas da Prefeitura, que agora estuda alternativas legais para o destino do imóvel.

O prédio, que já hospedou figuras ilustres como os ex-presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, é tombado pelo patrimônio histórico estadual e está fechado desde 2012. A estrutura, localizada no Complexo do Barreiro, possui mais de 7.600 m² e inclui dois prédios, capela e piscina. Apesar do estado avançado de degradação, a administração municipal apostava no potencial turístico e histórico do espaço como atrativo para investidores.

Em nota enviada à imprensa, a Prefeitura de Araxá afirmou que “todas as decisões serão tomadas com responsabilidade, respeitando os trâmites legais e visando sempre o interesse da população”. Entre as possibilidades estudadas estão a reabertura do leilão em nova modalidade ou a destinação do prédio para outras finalidades públicas ou privadas, desde que respeitadas as regras de preservação.

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Patrimônio em ruínas

Inaugurado em 1929 pelo imigrante italiano Luiz Colombo, o hotel funcionou como hospedagem por 83 anos. Após o falecimento da última herdeira da família, o prédio foi desapropriado pela prefeitura, que chegou a utilizar o espaço como sede administrativa por dois anos. Desde então, o local foi abandonado e se deteriorou rapidamente, com registros de incêndio, vandalismo, invasões e até furtos de peças históricas.

Mesmo em ruínas, o Hotel Colombo segue como símbolo da memória arquitetônica e cultural de Araxá. A legislação que protege o edifício exige que qualquer intervenção respeite a estrutura original, o que torna os custos de restauração elevados — um dos principais entraves para sua comercialização.

Um ponto turístico esquecido

O imóvel está situado em uma das regiões mais visitadas da cidade, o Complexo do Barreiro, que abriga o Grande Hotel Termas de Araxá, fontes de águas medicinais e áreas verdes projetadas por Burle Marx. Ainda assim, o contraste entre a vitalidade do entorno e o abandono do Hotel Colombo salta aos olhos de quem passa por ali.

Além do desafio financeiro, pesa sobre o imóvel uma aura de mistério alimentada por moradores da região. Há relatos de aparições fantasmagóricas no prédio, como o da “mulher de branco”, supostamente vista no telhado. Boatos que, mesmo sem comprovação, acabam afastando ainda mais possíveis interessados.

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Próximos passos

Sem interessados no leilão e diante da complexidade de revitalizar um bem tombado, o futuro do Hotel Colombo permanece indefinido. O que está claro, no entanto, é que qualquer solução dependerá de criatividade, articulação entre entes públicos e privados e, sobretudo, de um plano que valorize a história e o potencial turístico do local.

Enquanto isso, o tempo segue sendo o maior inimigo de um dos prédios mais emblemáticos de Araxá.