Atrasos dos Correios geram prejuízos e frustração em Uberlândia
Empresários relatam perdas financeiras e falhas no rastreamento; Ministério Público investiga possíveis irregularidades
O que antes era motivo de confiança e eficiência virou sinônimo de atraso, prejuízo e frustração. Os Correios, que por anos foram referência em entregas no Brasil, agora acumulam queixas de consumidores e comerciantes em Uberlândia por atrasos significativos, desorganização logística e falhas no sistema de rastreamento.
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Tiago, administrador da clínica odontológica da esposa, enfrenta um cenário crítico. Com insumos, analgésicos e matérias-primas no fim, ele aguarda há semanas por encomendas essenciais para o funcionamento da clínica.
As mercadorias estariam no principal centro de distribuição dos Correios em Uberlândia, mas continuam inacessíveis.
“Já temos atrasos de até 20 dias. O site não atualiza o rastreio e a data de entrega continua a mesma, sem previsão”, lamenta Tiago, que estima um prejuízo de R$ 15 mil, incluindo 15 cancelamentos de atendimento por falta de material. “Agora é amargar o prejuízo e tentar comprar os insumos em outro lugar, pagando mais caro”, conclui.
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João, outro morador de Uberlândia, foi buscar uma carta registrada e viveu um verdadeiro problema logístico.
“Disseram que a encomenda foi enviada para outra cidade por engano. Depois voltou para Uberlândia, ficou parada, e ainda falharam na entrega. Agora, afirmam que está a caminho novamente, mas ainda não chegou”, relata João, que já espera há mais de uma semana.
Esses relatos se somam a uma denúncia do Ministério Público Federal, feita no ano passado, que aponta possíveis práticas irregulares por parte da estatal. A investigação indica que os Correios estariam simulando tentativas de entrega em bairros periféricos, forçando moradores a retirarem seus pacotes em agências.
Além disso, o MPF denuncia que o sistema de rastreamento das encomendas estaria com falhas, dificultando o acompanhamento pelos consumidores.
“A gente é obrigado a esperar e não tem o que fazer. Tem que pagar a conta e arcar com o prejuízo”, desabafa Tiago.