Páscoa para todos: opções sem açúcar e sem glúten ganham espaço

Ovos zero açúcar e frutas secas surgem como soluções para incluir quem tem diabetes ou alergias

, em Uberlândia

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O tradicional chocolate da Páscoa está ganhando novas versões, voltadas para quem tem restrições alimentares ou busca um consumo mais consciente. Pessoas com diabetes, doença celíaca, intolerância à lactose ou alergias alimentares vêm recorrendo a alternativas como ovos sem adição de açúcar, doces à base de frutas secas e até brinquedos no lugar das guloseimas.

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Páscoa sem chocolate? Alternativas ganham espaço entre crianças com restrições alimentares
Páscoa sem chocolate? Alternativas ganham espaço entre crianças com restrições alimentares – Crédito: Freepik

Em Uberlândia, o estudante Pedro Henrique, de 9 anos, convive com diabetes tipo 1 desde 2023. A mãe, Adriana Carvalho, buscou alternativas para que ele também pudesse viver a Páscoa de forma segura: “Não queria que ele ficasse de fora. Encontrei ovos com ingredientes especiais e sem açúcar. Foi um alívio saber que ele poderia ter o momento dele também”, afirma.

Outra que adaptou a rotina da Páscoa foi a autônoma Silvia Amaral, mãe da Ana Luísa, de 11 anos, diagnosticada com doença celíaca. A menina precisa seguir uma dieta rigorosa sem glúten: “A gente procura ovos artesanais com ingredientes mais naturais e certificados. Este ano já encomendamos um sem glúten e com recheio de frutas, que ela adora”, contou.

A tradição do chocolate na Páscoa está se reinventando
A tradição do chocolate na Páscoa está se reinventando – Crédito: Redes Sociais/massalavegan

No mercado local, uma das alternativas vem da Massala, marca uberlandense de produção artesanal que oferece ovos de Páscoa feitos com cacau puro, sem adição de açúcar e com recheios como uva passa, castanha-do-pará e amendoim. A criadora da marca, Ângela Medeiros, explica que a proposta surgiu ainda na faculdade.

“Eu comecei a produção em meados de 2019, 2018. Eu estudava na faculdade, fazia o curso de design gráfico e queríamos ganhar uma grana. E eu era vegana na época. Aí comecei a fazer vegano, né?”, contou.

Ângela afirma que, desde o início, buscava receitas com menos açúcar: “Eu fui vegana por quatro anos, e nesse momento que eu estava fazendo as trufas, eu estava entendendo essas receitas veganas e diminuindo o açúcar também, porque nessa época eu estava começando a entender o quanto o açúcar é prejudicial à nossa saúde. Depois disso, passei as receitas para minha mãe, porque não queria mais trabalhar na cozinha, estava já na minha área de design. Aí veio a pandemia, voltamos a trabalhar juntas, e desde então a gente faz a Páscoa sempre.”

A proposta é atender não apenas quem tem alguma restrição alimentar, mas também aqueles que buscam um estilo de vida mais saudável.

Além dos ovos alternativos, frutas secas em embalagens temáticas, barrinhas sem lactose ou glúten e brinquedos educativos vêm sendo utilizados por pais e responsáveis para substituir o chocolate tradicional. A mudança mostra que, mesmo com adaptações, é possível manter viva a simbologia da Páscoa com inclusão e afeto.