Pen drive de Marília Mendonça se torna motivo de atrito entre família e empresário

Dispositivo com músicas e gravações inéditas é alvo disputa sobre direitos e futuras decisões do patrimônio da cantora

, em Uberlândia

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Um pen drive de Marília Mendonça, que guarda arquivos inéditos da cantora, virou centro de discussões sobre a administração do seu legado. Entre gravações musicais caseiras e registros de lives feitas durante a pandemia, o dispositivo contém cerca de 100 a 110 arquivos e é alvo de tensão entre a família da artista e o empresário Wander Oliveira, responsável pela gestão da carreira de Marília em vida e após sua morte. O assunto foi detalhado em um podcast, cujo episódio é denominado como “Marília – O outro lado da sofrência”.

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Marília Mendonça
Pen drive de Marília Mendonça com gravações inéditas vira alvo de disputa entre família e empresário que cuida de seu legado – Crédito: Instagram/@mariliamendoncacantora/Reprodução /Reprodução

De acordo com Oliveira, que comanda a Workshow, empresa que sempre administrou a carreira da artista, os arquivos do pen drive de Marília Mendonça deveriam ser destinados exclusivamente ao Léo, filho da cantora, para que ele decidisse sobre o futuro do conteúdo quando tivesse idade suficiente. “Eu não acho que deve ser meu ou de qualquer pessoa que não fosse o Léo, o que tem nesse pen drive”, afirmou o empresário, que ainda destacou ter doado sua parte dos direitos sobre esses registros para o patrimônio do filho da cantora.

Apesar da intenção do empresário, a família de Marília, representada pelo advogado Robson Cunha, começou a negociar o pen drive com a gravadora Som Livre, responsável pelo catálogo da artista desde 2019. Segundo Cunha, todo o repertório produzido em vida já pertence à gravadora e o dispositivo poderia ser usado para futuros lançamentos de forma legal e contratual. “Desconheço qualquer acordo que determina que o conteúdo fosse guardado como herança afetiva. Os arquivos foram incluídos nas negociações de licenciamento de músicas inéditas”, afirmou o advogado.

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Três frentes estão à frente do legado de Marília

O histórico da administração do legado de Marília Mendonça envolve três frentes: a família, que inclui a mãe da cantora, Ruth Dias, e Murilo Huff, pai de Léo; a Som Livre, com direitos de exploração comercial; e a Workshow, empresa de Wander Oliveira. Todas precisam atuar em conjunto para decisões sobre lançamentos póstumos, imagem e proteção do acervo.

Para os próximos passos, Oliveira propõe converter parte do contrato de cessão de direitos firmado em 2019 em um contrato de licenciamento, de modo que, após um período determinado, o controle da obra retorne à família e à Workshow. O empresário defende que este modelo preserva o legado e garante que Léo, no futuro, decida sobre o destino das músicas.

No momento, todas as negociações relacionadas ao pen drive e aos lançamentos inéditos estão suspensas até que Murilo Huff autorize contratos envolvendo o filho. A Som Livre, por sua vez, reforça que todos os projetos são idealizados em conjunto com o escritório da cantora e sua família, respeitando o legado de Marília Mendonça.