“Lá vem a viatura”: caso Hytalo Santos vira música; veja
Batidão de Diguinho e JL O Trem viraliza ao mencionar Hytalo Santos, alvo de apurações do Ministério Público por exploração e exposição de menores de idade em conteúdos produzidos para as redes sociais
-
Hytalo Santos vira música em funk que viraliza nas redes. Um caso que começou com graves denúncias e investigações acabou indo parar no refrão de uma canção. O influenciador, alvo de apurações do Ministério Público da Paraíba por suspeita de exploração de menores, foi citado em um funk criado pelos cantores Diguinho Batidão e JL O Trem, que rapidamente viralizou no Instagram e já soma milhões de visualizações em apenas um dia.
No vídeo, os artistas entoam versos irônicos sobre o desaparecimento de Hytalo e as ações policiais, com rimas como “Eu digo já, eu digo fuja. Lá vem a viatura”. Entre risos, também mencionam o youtuber Felca, que fez um vídeo de alerta a seus mais de 6 milhões de inscritos, alertando sobre a situação com relação a Hytalo Santos e explicando de forma clara o que significa a adultização, que é quando a imagem de crianças e adolescentes é utilizada para simular comportamento e aparência adultos, muitas vezes mascarando riscos à integridade dos menores.
Ver essa foto no Instagram
Denúncias e histórico
Hytalo ficou conhecido por produzir conteúdos em formato de “reality” com jovens, incluindo Kamylinha, que conheceu quando ela tinha 12 anos e com quem gravava vídeos com figurinos e maquiagens considerados excessivos para a idade. Hoje, ela tem 17 anos. Ambos tiveram contas desativadas no Instagram.
A presença de menores em seus conteúdos também levou a diversas punições em outras redes. No TikTok, por exemplo, o influenciador teria recebido mais de 140 notificações de violação das regras, chegando a acumular quatro suspensões em apenas uma semana. Em 2023, a conta foi derrubada de forma definitiva, mas Hytalo obteve uma liminar para voltar à plataforma. A Justiça de São Paulo, porém, apontou novamente conteúdos com risco à proteção de menores.
O Ministério Público da Paraíba confirmou que investiga o caso desde 2024.
Música e repercussão
Apesar de parte do público encarar a canção como humor, o uso de um caso grave em ritmo de batidão acendeu discussões sobre a forma como crimes e denúncias envolvendo crianças são retratados na internet. Especialistas alertam que, mesmo em tom de brincadeira, a banalização de situações de abuso pode reduzir a seriedade do debate e dificultar o combate à exploração infantil.
