Entenda como funciona a repatriação do corpo de Preta Gil
Cantora morreu nos Estados Unidos, onde fazia tratamento contra o câncer; família organiza traslado para o Brasil
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A repatriação do corpo de Preta Gil está sendo organizada pela família após a morte da cantora neste domingo (20), nos Estados Unidos, onde ela fazia tratamento experimental contra o câncer de intestino. A prática envolve protocolos sanitários, documentação extensa e pode ultrapassar R$ 100 mil em custos, dependendo do país, do transporte e da funerária envolvida. Por enquanto, detalhes sobre datas e locais de despedida não foram divulgados.
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O que é repatriação e como funciona?
O translado internacional de um corpo, conhecido tecnicamente como repatriação, é o processo de trazer os restos mortais de um cidadão brasileiro que faleceu fora do país de volta para o território nacional. No caso de Preta Gil, o procedimento deve seguir normas dos Estados Unidos e do Brasil, além das exigências sanitárias internacionais.
A primeira etapa é comunicar o falecimento ao consulado brasileiro mais próximo. Esse registro pode ser feito por familiares diretos, como cônjuge, filhos, pais ou irmãos. Em casos excepcionais, por pessoas autorizadas formalmente. A certidão de óbito local precisa ser traduzida por tradutor juramentado e apostilada, isto é, validada internacionalmente. O consulado emite, então, uma Certidão de Registro Consular de Óbito, documento essencial para a liberação do corpo.
Exigências sanitárias e documentação
Além da documentação básica, o corpo deve ser embalsamado, especialmente se o tempo de transporte for superior a 24 horas, o que é comum em traslados intercontinentais. Também é necessário apresentar laudo médico atestando que a morte não foi causada por doença contagiosa. Caso contrário, o corpo precisa passar por quarentena ou ser lacrado em urna metálica hermeticamente fechada.
O processo pode levar de cinco a dez dias úteis, considerando trâmites consulares, feriados e, em alguns casos, investigações sobre a causa da morte. Toda essa logística, que visa garantir a segurança sanitária e o respeito ao falecido, é geralmente coordenada por funerárias especializadas em traslados internacionais.
Custos elevados
A repatriação tem custos elevados e, segundo especialistas, nos Estados Unidos, pode partir de R$ 120 mil, podendo chegar a R$ 200 mil. Despesas com funerárias, taxas consulares, transporte terrestre e aéreo, embalsamamento e documentação compõem o valor final. Em países como Portugal e Espanha, os valores tendem a ser mais baixos, por volta de R$ 30 mil.
Outros casos ilustram a realidade do alto custo. A mãe da modelo Adriana Vieira, por exemplo, relatou que precisava de R$ 70 mil para trazer o corpo da filha, morta em Miami. Já a família do engenheiro Rafael Barlete, encontrado morto na Argentina, gastou cerca de R$ 25 mil para o traslado.
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Mudança na legislação
Até junho deste ano, o Governo Federal não arcava com os custos de repatriação de corpos de brasileiros mortos no exterior. No entanto, em julho, o presidente Lula alterou um decreto para permitir que, em situações específicas, como dificuldades financeiras comprovadas, o Ministério das Relações Exteriores possa custear o procedimento.
Ainda assim, é necessário que haja orçamento disponível e que a pessoa falecida não tenha seguro que cubra esse tipo de despesa. A decisão depende de avaliação caso a caso por parte das autoridades.
Família cuida de repatriação do corpo de Preta Gil
Em nota publicada nas redes sociais, Gilberto Gil e Flora Gil, pai e madrasta de Preta, informaram que a família está cuidando de todos os procedimentos para trazer o corpo da cantora de volta ao Brasil. Por enquanto, detalhes sobre datas e locais de despedida não foram divulgados.
A cantora estava em tratamento desde 2023 contra um câncer colorretal. Sua morte gerou comoção nacional e diversas homenagens nas redes sociais. O retorno de Preta ao Brasil agora será marcado por despedidas e por um complexo processo de repatriação.