Após prisão de Oruam, Menor Piu também se entrega e diz: “Sou artista, quero viver”

Logos após a prisão de Oruam, Menor Piu, adolescente que havia fugido de uma operação policial no domingo (21), se entregou na tarde desta terça-feira (22). A apresentação voluntária foi feita na 26ª DP, no Rio de Janeiro, e ocorreu na presença dos pais e de um advogado. Segundo a Polícia Civil, o menor é suspeito de integrar o Comando Vermelho e atuar como segurança pessoal de um dos principais chefes do tráfico no estado.

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Alvo da operação que culminou com o tumulto na casa de Oruam, no bairro do Joá, na Zona Oeste da capital fluminense, o adolescente publicou um vídeo nas redes sociais momentos antes de se apresentar, dizendo: “Vou me entregar. Deixa eu viver minha vida, eu sou artista”.

A ação que procurava o jovem terminou em confusão e teve o rapper Oruam, de 23 anos, como um dos protagonistas. Segundo a Polícia Civil, o cantor e outros homens teriam atirado pedras e impedido os agentes de cumprirem o mandado de apreensão contra o menor. Um policial ficou ferido. Oruam, que chegou a gravar vídeos pedindo desculpas e alegando inocência, se entregou à Justiça no fim da tarde da terça-feira (22), acompanhado da mãe, da namorada e de advogados.

Com base nas investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), o rapper foi indiciado por sete crimes, incluindo tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça e lesão corporal. A Justiça do Rio acatou o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.

De acordo com as autoridades, Menor Piu é considerado um dos maiores ladrões de veículos do estado. Além disso, a corporação afirma que ele atua como segurança de Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, chefe do tráfico no Complexo da Penha e membro da facção Comando Vermelho. Na casa de Oruam, foram apreendidos um celular e um cordão com o menor, antes da confusão.

Oruam, cujo nome verdadeiro é Mauro Davi Nepomuceno dos Santos, é filho de Marcinho VP, apontado como líder do Comando Vermelho e preso em regime federal desde os anos 1990. Em suas redes e nos palcos, o rapper já havia manifestado diversas vezes o desejo de ver o pai em liberdade. Em vídeo divulgado antes de se apresentar à polícia, Oruam afirmou: “Errei, quero provar que não sou bandido. Vou dar a volta por cima com minha música”.

Agora, com o menor também à disposição da Justiça, a Polícia Civil segue investigando o envolvimento dos demais participantes da ação que tentou impedir a apreensão no domingo. A residência de Oruam, segundo relatório da DRE, seria usada como ponto de encontro e abrigo para foragidos da Justiça.