Durante jogo do Cruzeiro, família de gari morto em BH recebe homenagem no Mineirão

A família do gari Laudemir Fernandes, assassinado enquanto trabalhava em Belo Horizonte, recebeu uma homenagem no Mineirão, no sábado (23), antes da partida entre Cruzeiro e Internacional. Pela primeira vez, a esposa, a filha, a mãe e amigos de trabalho do gari estiveram no estádio, a convite da administração do Mineirão e do clube mineiro.

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A homenagem ganhou força após Nicolly Fernandes, de 15 anos, filha de Laudemir, revelar em entrevista que guardava no pescoço um cordão com o símbolo do Cruzeiro, presente dado pelo pai no último Dia dos Pais.

“Estar aqui hoje no Mineirão, pela primeira vez, é uma forma de homenagear o meu pai com muito carinho”, disse a adolescente, que acompanhou a vitória celeste por 2 a 1 sobre o Internacional.

Antes do jogo, a foto de Laudemir foi exibida no telão, em meio a uma salva de palmas dos torcedores. A esposa do gari, Liliane França, destacou o impacto do gesto: “É muito bonito ver tantas pessoas batendo palmas para ele. E dá forças para gente lutar”.

A mãe do gari, dona Irani Fernandes, também esteve no estádio pela primeira vez. Emocionada, lembrou do avô, que trabalhou na construção do Mineirão. “Aqui é muito bonito”, afirmou.

Colegas de trabalho de Laudemir também participaram da homenagem, uniformizados, e receberam o carinho da torcida. O dono da SAF do Cruzeiro, Pedro Lourenço, conhecido como Pedrinho, abraçou cada um dos presentes e entregou uma camisa do time a Nicolly. “A gente homenageia o Laudemir e a família dele com essa ação”, destacou.

Relembre o caso do gari morto em BH

• O crime aconteceu na última segunda-feira (11), no bairro Vista Alegre, em BH;
• Laudemir trabalhava na coleta de lixo quando o empresário se irritou com a passagem do caminhão em rua estreita;
• Testemunhas disseram que Renê ameaçou “atirar na cara” da motorista do veículo;
• Ao tentar defender a colega, o gari foi atingido por disparo na região torácica;
• A vítima foi socorrida, mas morreu por hemorragia interna no Hospital Santa Rita, em Contagem;
• Renê fugiu do local e foi localizado horas depois, treinando em uma academia de alto padrão no bairro Estoril;
• Na última quinta-feira (14), a Universidade de São Paulo (USP) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) negaram vínculo com o empresário, que tinha formações acadêmicas nas instituições no perfil do LinkedIn;
• Também na quinta-feira, a Justiça de Minas Gerais autorizou a quebra de sigilo telefônico e de dados do carro do suspeito.

Com informações do portal R7