Conheça Nilson Lima, o uberlandense que chega a 400 maratonas em prova com seu nome

Aos 72 anos, o atleta Nilson Lima está prestes a cruzar a linha de chegada de um feito raro no mundo das corridas: a marca de 400 maratonas concluídas.

Este número simbólico não será alcançado em qualquer evento, mas sim em uma competição que leva o nome do atleta. A 8ª edição da Maratona Nilson Lima de Uberlândia, acontece nos dias 17 e 18 de maio, com largada no Estádio Parque do Sabiá.

Natural de Uberlândia, Nilson correu em 64 países, participou de provas em todos os estados dos Estados Unidos e já passou por toda a América do Sul. No currículo, carrega 13 participações na Maratona de Boston, a mais tradicional do mundo com 129 anos, além de dez edições da Comrades, ultramaratona sul-africana que tem 90 km de extensão.

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“Na América do Sul, em quantidade de maratonas, sou a pessoa que mais tem. No mundo, há outros com mais de 400, mas com essa combinação de provas importantes, são muito raros”, afirmou em entrevista ao Paranaíba Mais.

A trajetória de Lima é marcada por uma diversidade que, segundo o próprio atleta, restringe ainda mais o grupo de corredores com repertório semelhante. “Essa combinação afunila. Não conheço ninguém com o mesmo conjunto de maratonas que eu”.

Homenagem

Mais do que a quantidade, Nilson se sente orgulhoso de ter uma prova em seu nome. O organizador da Maratona Nilson Lima, Ricardo Lopes, destacou a relevância simbólica desse reconhecimento. “A comunidade internacional de corredores reconhece o Nilson como um dos mais completos em atividade. Ter uma maratona que o homenageia em vida mostra isso”.

A prova, que faz parte do calendário oficial das principais maratonas brasileiras, é classificatória para outras corridas internacionais. Para Nilson, o evento tem potencial para crescer ainda mais. “É um orgulho receber corredores do Brasil inteiro. Essa prova com um patrocinador master tem de tudo para se tornar uma das maiores do país”, disse.

Ele também lembra com carinho de uma história que resume o impacto de sua trajetória. “Na largada da Maratona de Boston, em 2015, um corredor me chamou. Disse que não me conhecia pessoalmente, mas estava ali por minha causa. Ele havia se classificado correndo a maratona que leva meu nome, em Uberlândia”.

Começo de tudo

A relação de Nilson com os esportes começou cedo. Porém, a corrida aconteceu, primeiro, como preparação para outros esportes. Depois, ganhou espaço definitivo em sua rotina após assistir à tradicional São Silvestre, prova que acabou virando um marco em sua vida. “Foi meu primeiro grande desafio. Já fiz 36 edições. Hoje é quase um programa de família”, contou.

Mesmo com tantos quilômetros rodados, ele não pensa em parar. “A corrida não limita pela idade. Em uma prova que fiz recentemente, vi uma senhora de 92 anos completando uma maratona nos EUA. É uma atividade democrática, você com você”.

Além dos benefícios físicos, Nilson destaca o papel social da corrida. “Você conhece pessoas, cria laços. Tenho contatos nos EUA, Europa, tudo por causa das corridas. E ainda ajuda na logística das viagens”.

E para quem pensa que maratona é só para atletas de elite, ele lembra que há espaço para todos. “Tem gente que vive em motor home e participa das provas pelo estilo de vida. Caminha a maratona inteira. O importante é estar em movimento”.